A DESCOBERTA do desconhecido

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A revolução industrial com registros na metade do século XVIII teve como característica principal a substituição do trabalho manual por máquinas dando início aos processos industrializados. Entretanto, a revolução científica – que nos parece muito mais moderna – é bem anterior tendo seu início no século XVI, sobretudo com os trabalhos de Nicolau Copérnico, que introduziu o modelo heliocêntrico, e as descrições do corpo humano por Andreas Versalius. O que estas obras tinham em comum: questionavam os modelos anteriormente considerados como verdadeiros propondo novas teorias. Foi o início da descoberta do desconhecido.

Embora pareçam tão distante estas ações consideradas revolucionárias ao questionar o que se considerava estabelecido e correto ainda estão espantosamente presentes em nossos dias mesmo com todo avanço tecnológico que experimentamos. Parece que não nos damos conta de tudo o que ainda desconhecemos e que a qualquer momento uma nova teoria pode jogar por terra tudo aquilo que aprendemos e considerávamos verdadeiro. Neste cenário a substituição de velhos conceitos tradicionais, por ignorância ou preguiça, por novas propostas absolutamente mais coerentes e fundamentadas segue sendo uma tarefa extremamente difícil e espinhosa.

Já nos referimos inúmeras vezes a escolas tradicionais incapazes de diferenciar ensino de aprendizagem acreditando que fazem parte de um mesmo processo quando é cristalino que a existência do ensino não assegura nenhuma aprendizagem. Acreditam que memória e inteligência são a mesma coisa e confundem retenções temporárias de memória com aprendizagem. Basta assistir a uma apresentação, ou aula, para aprender os conteúdos ali veiculados. Nada mais enganoso, mesmo se questionado ao final o ouvinte consiga reproduzir aquele conteúdo.

Para dar um exemplo trivial vamos imaginar que o tema de uma determinada aula seja os afluentes do rio Tapajós que nasce no Mato Grosso e vai até o Amazonas. O professor mostra o trajeto do rio e indica seus afluentes. Pede que os estudantes repitam estes nomes, escrevam em seu caderno e depois faz uma prova para ver quem “aprendeu”. Acreditemos que com estas explicações, espantosamente, todos acertem. Podemos concluir que aprenderam? Façamos a mesma pergunta algum tempo depois para descobrir que poucos ainda sabem, talvez nenhum, porque nossa memória, felizmente, é seletiva e joga fora tudo que não tem serventia. Não houve aprendizagem. Afinal que falta nos fará desconhecer os afluentes do Tapajós?

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Esta é a realidade da repetição de conteúdos que prevalece nas escolas tradicionais ou conservadoras. Insistem em uma metodologia retrógrada que privilegia o ensino e não a aprendizagem. Para enfrentar as mudanças que inevitavelmente virão será preciso jogar fora velhos conceitos para a descoberta do desconhecido. Metodologias ativas, educação híbrida e foco na aprendizagem são caminhos consolidados que todo bom educador deveria seguir.(Foto: Alena Darmel/Pexels)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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