Michel Temer, que conquistou a Presidência da República há pouco mais de um ano, vive nesta próxima semana mais uma tentativa de se manter no poder e permanecer ali até o final do próximo ano. Já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça o arquivamento da denúncia que, entre outros pontos, diz que Temer agiu com o objetivo de obstruir a justiça. A obstrução à Justiça está nas gravações entre o presidente e o empresário Joesley Batista, para pagar vantagens indevidas a Eduardo Cunha e Lúcio Funaro para que não fizessem acordo de delação. E vem aí uma nova armação de Temer.
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A votação do parecer que define pelo arquivamento vai a plenário na próxima quarta-feira, uma semana, portanto, decisiva para o homem do poder. Como da primeira vez, Temer articula com os deputados para conseguir maioria e arquivar as denúncias, fato que deve acontecer, mas não com tanta facilidade como na outra denúncia. As articulações passaram, inclusive, pela votação, no Senado, pelo retorno à casa de Aécio Neves. PMDB e PSDB se uniram para que o senador retornasse ao seu gabinete. Além disso, Temer já promete uma infinidade de cargos a quem lhe der apoio.
Ora, o que se percebe nisso tudo é muito simples: se Temer é acusado de obstruir a Justiça, o que ele está fazendo agora com os deputados? Exatamente a mesma coisa: obstruindo a Justiça, para que esta não investigue as acusações feitas contra ele. Mesma atitude tomada por ele na primeira acusação. Mas os próprios parlamentares, que votam a seu favor, também seguem a mesma linha: obstruem a Justiça! Há um número enorme de deputados que votam a favor de Temer e que estão com denúncias na Lava Jato, assim como parte dos senadores que aprovaram o retorno de Aécio à Casa. Assim, o que se vê é que a credibilidade nestes políticos está cada vez menor. Importante para os eleitores é que os nomes dos que estão do lado dos acusados está sendo divulgado pela imprensa. Basta uma busca pura e simples na internet para se ver os nomes e não votar nos mesmos no próximo ano.
Claro que, neste quadro político em que o “é dando que se recebe” tem muita água para rolar debaixo da ponte e neste final de semana os apoiadores do presidente terão infinitas reuniões para mudar a cabeça de deputados e dar apoio ao homem que obstrui a Justiça. Neste quadro está Rodrigo Maia, presidente da Câmara, quando afirma que o número de votos favoráveis a Temer será menor que da primeira vez. A frase é simples: apenas para mostrar que Temer precisa continuar comprando parlamentares. Em todos os sentidos possíveis! (foto acima: Antonio Cruz/ Agência Brasil)
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com