IA voltada para o humano

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Quando falamos de inteligência artificial, a primeira imagem costuma ser a de máquinas que trabalham no lugar das pessoas. Elas fazem planilhas, respondem e-mails, otimizam processos. Tudo rápido, preciso, eficiente. Mas essa é só uma parte da história. Existe um movimento crescendo em outra direção. A IA está começando a tocar em áreas que, até pouco tempo atrás, pareciam exclusivamente humanas. Relacionamentos, escuta, companhia, cuidado. E não se trata de ficção científica. É real. Já existem sistemas que conversam com pessoas solitárias, que acolhem alguém em crise, que simulam vínculos emocionais com base em padrões de linguagem e comportamento.

Pode soar estranho, mas o impacto disso é profundo. Tem gente que sente conforto. Tem gente que confia. Tem gente que cria laços com algo que nem é alguém. E o mais curioso é que, em muitos casos, funciona. Porque a nossa necessidade de atenção e conexão não depende só de quem está do outro lado. Ela também nasce de dentro, da carência, do vazio, da busca por algo que faça sentido. Isso não é uma crítica nem um elogio. É um fato. A IA pode ser usada para responder perguntas técnicas, mas também pode ser treinada para acolher um desabafo, oferecer companhia, simular empatia. E para algumas pessoas, isso já basta.

É claro que existe um risco aqui. Confiar demais em relações artificiais pode afastar ainda mais as pessoas umas das outras. Pode criar uma ideia falsa de vínculo, de afeto, de presença. Mas ignorar esse movimento também seria um erro. Porque ele escancara uma verdade simples: estamos tentando suprir com tecnologia necessidades que sempre existiram e que continuam mal resolvidas. A IA voltada para o humano não é sobre substituir ninguém. É sobre reconhecer que existem pessoas precisando de apoio, de atenção, de cuidado. E que a tecnologia, se bem usada, pode ser parte da resposta. Não a única, mas uma possível.

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Estamos entrando num tempo em que a IA vai deixar de ser só ferramenta de produtividade para se tornar também uma ferramenta de cuidado. Isso pode incomodar. Pode confundir. Mas também pode abrir espaço para novas formas de diálogo, escuta e conexão. Cabe a cada um de nós decidir como usar esse recurso. Não para apagar o que é humano, mas para apoiar o que está faltando. E, quem sabe, construir algo melhor a partir disso.(Foto: Gemini)

ELTON MONTEIRO

É empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA. Mais de 20 anos experiência em tecnologia e inovação.

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