REALIDADE e ficção

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Nosso cérebro nem sempre sabe o que é real. Quando assistimos a um filme de suspense, sentimos medo. Em um drama, choramos. Sabemos que são atores, que é tudo encenado, mas mesmo assim o corpo reage. Isso acontece porque nosso cérebro é mais emocional do que lógico. Ele responde ao que vê, ouve e sente, mesmo que a razão diga que não é verdade. Com os avanços da inteligência artificial, a linha entre realidade e ficção está ficando cada vez mais difícil de enxergar. As redes sociais já estão cheias de perfis que parecem reais, mas são completamente gerados por IA. Fotos, vozes, opiniões, rotinas, tudo criado por algoritmos. Para quem não presta atenção, parece uma pessoa comum. E o mais curioso: esses perfis geram engajamento, criam laços, despertam emoções.

É aí que mora o risco e também a oportunidade.

Por um lado, isso pode abrir espaço para golpes, manipulações e fake news com um grau de sofisticação jamais visto. Imagine confiar em alguém que nem existe. Ou acreditar em uma história contada por uma voz falsa com aparência real. Não é exagero. Já está acontecendo. Por outro lado, se usarmos com consciência, isso também pode ser transformador. Perfis virtuais com empatia, por exemplo, podem ajudar em terapias, treinamentos ou até no ensino de crianças com dificuldades de socialização. Uma figura criada por IA pode ouvir, conversar e acolher. Pode ensinar com paciência infinita. Pode adaptar a linguagem ao ritmo de cada um.

O que estamos vivendo não é apenas uma mudança tecnológica. É uma mudança na forma como percebemos o mundo ao nosso redor. O que parece real, nem sempre é. E o que é artificial nem sempre é frio ou distante. A pergunta que fica não é se vamos nos acostumar a conviver com a IA. Já estamos. A pergunta é: vamos escolher usar isso com intenção e responsabilidade, ou apenas deixar acontecer?

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No fim das contas, mesmo com toda tecnologia, somos nós que damos sentido às coisas. A IA pode até enganar os olhos e provocar reações. Mas ainda somos nós que escolhemos no que acreditar e o que fazer com isso. E talvez, mais do que nunca, seja hora de prestar atenção. Não só no que vemos, mas no que sentimos quando vemos. Porque, entre a realidade e a ficção, o que continua fazendo diferença é o que carregamos dentro de nós.

ELTON MONTEIRO

É empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA. Mais de 20 anos experiência em tecnologia e inovação.

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