Estava demorando para acontecer, mas quem espera sempre alcança. Aconteceu nesta quarta feira, dia 11 de novembro. Fui denunciado por alguns de meus “amigos” do Facebook e recebi notificação de que estava divulgando discurso de ódio. Na verdade, a advertência foi em função de dois posts que coloquei em minha linha do tempo: um dizendo da tranquilidade em votar das 7 às 10 horas, por não haver perigo do Covid, sendo Dr. Drauzio Varella e outro alertando para não nos preocuparmos com a eleição do Joe Biden, visto que corremos riscos na escolha de nossos prefeitos e vereadores. Discurso de ódio? Onde? Qual a palavra agressiva? O que seria ódio para a censura do Face? Absurdamente absurdo.
Mas continuo em minha análise e só posso acreditar que tal denúncia partiu de alguém que esperava contar comigo, como cabo eleitoral, mas que não teve méritos morais para me demover e apontar seu nome em qualquer que fosse o lugar. Cheguei, inclusive, a dizer em uma live, que em uma cidade com 420 candidatos, onde todos apresentam as mesmas propostas com relação aos idosos, como se tivessem feito “copia e cola” e, por cima, tem apenas 18 vagas, eu me predispunha a fazer um movimento contra aqueles que entrarem e não cumprirem suas propostas.
Calculo que isso deva ter mexido com alguns ânimos e criado olhares de suspeita sobre mim, que fui apenas honesto demais. Porém, mais do que nunca, este meu propósito será cumprido e muito bem articulado. Atitude é uma questão de moral e ética: ou tem ou não tem. Só falta esperar pelos resultados das urnas, de hoje, 15 de novembro, e aguardar o andar da carruagem. Estarei muito mais atento do que sempre fui e cumprirei minha promessa: seguirei as pautas e verificarei o andamento das promessas de campanha. Agirei como todo cidadão deve agir, apenas isso.
É um desaforo a maneira como conduzem as questões comuns aos cidadãos: este abençoado horário de votação das 8 às 10 horas é apenas um horário preferencial, não um horário exclusivo. Qualquer um pode ir e fazer uso de seu direito de voto. O idoso, o incapacitado, o desvalido têm preferências, só têm preferências, mas não são exclusivos. Diferente dos horários de banco em que das 8 às 10 horas apenas, entram e são atendidos. Apenas estes. A Justiça eleitoral entende que, no dia das eleições, este grupo de maior risco até podem ir cedinho, mas não serão exclusivos. Uma licenciosidade semelhante ao aviso nas portas do elevador, que pedem que observemos se o elevador está no andar em que o esperamos. Igual efeito. Absurdamente absurdo. Mas, o discurso de ódio é meu!
Cansa tanta sutileza e tanta inadequação para tratar de questões sérias e vitais. Parece que estamos sendo tratados sempre com meias verdades e meias propostas, de maneira geral. Confesso que nunca vivi um cenário destas proporções, quando se trata de conduta social e gerenciamentos básicos; chego a pensar que estamos cada um por si, sem rumo e sem perspectiva diante das conveniências pessoais. E, no meio de uma pandemia que não venceu sua primeira fase, esta conduta fica incontrolável e inadmissível. Simples assim. Isso, sim, é um simulacro de ódio!!!
A outra parte desta estranha historieta é aquela que diz respeito à denúncia. Tal qual em momentos de fechamento político e períodos de recessão, se eu não gostar de você, vou denunciá-lo porque você é rico, ou branco ou judeu. Qual foi o avanço democrático que demos? Onde avançamos? Onde está escrito que todos devemos pensar de um mesmo modo? Quem disse que temos que acreditar em tudo o que está nas mídias? Quem falou que é proibido discordar? Quem anunciou que o pensamento vigente é imaculado e intocável? Absurdamente absurdo.
Durante minha vida primei por manifestar minha posição (é minha), dar meu ponto de vista (é meu), falar daquilo que acredito (é minha crença) e balizar minha posição diante de fatos e teorias fundamentadas (eu estudo para isso). E um anônimo vem zoar das minhas convicções apenas porque eu não quis fazer parte de um rebanho? Puxa, talvez eu esteja em outro rebanho (devo estar, por ser membro de uma comunidade) diferente daquele que precisa de todos os aplausos, todos os seguidores e todas as aprovações cegas e noção, mas daí até denunciar meu ponto de vista? Lamentável. Pobre. Frágil. Inconsequente. Castrador. Oportunista. E absurdamente absurdo.
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Mas, isso não caracteriza um problema. Isso apenas representa uma parcela de uma sociedade que não aprendeu a pensar e que espera benesses oportunistas como colocações em cargos, visibilidades, apadrinhamentos e demais presentes que vieram da subserviência. Eu prefiro continuar a pensar, a ser livre, a prestar concursos, a dar minha cara ao tapa e a empreender diante dos que mais necessitam de mim, que são os voluntariados em hospitais e abrigos. Talvez eu faça parte dos que já foram arrebatados e ainda não me dei conta, mas sou feliz. E o delator? Está feliz? Já pediu a benção ao seu capataz? Absurdamente absurdo.(Foto: www.portaldodog.com.br/reprodução/Google)
AFONSO ANTÔNIO MACHADO
É docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology. Aluno da FATI.
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