Uma casa na AVENIDA ITATIBA

avenida itatiba

Não é sempre que eu passo pelo trecho da Avenida Itatiba, na Vila Rio Branco, onde acontece a feira livre de sexta, mas quando isso acontece, sempre reduzo a velocidade do carro para poder observar uma casa em especial,localizada nesta via: a casa dos meus avós. O imóvel foi um dos primeiros da rua, construído com um quintal imenso, onde foram plantados pés de frutas e hortas. A casa já foi vendida, está totalmente desfigurada, e um enorme portão colocado logo na entrada não permite mais ver como está a construção. Mas na minha mente a casa dos meus avós continua intacta e muito nítida.

Na verdade, eu nasci na casa dos meus avós, literalmente. Meu parto aconteceu lá, portanto, sempre tive uma ligação bem próxima com este endereço. Cresci correndo pelo quintal que mais parecia uma chácara. Meu avô plantava milho, mandioca e os netos se divertiam brincando de esconde-esconde no meio das plantações. Os meus xodós eram as goiabeiras e a jabuticabeira que sempre davam frutas imensas. Mas as bitelas ficavam sempre nos galhos mais altos, e a gente sofria para conseguir pegar. Anos depois a jabuticabeira foi cortada e o quintal ficou maior ainda, mas perdemos sua sombra e suas frutas, uma pena.

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A casa, com uma arquitetura bem antiga, era uma festa para a criançada e um dos pontos mais frequentados pelos netos eram os porões. Minha nossa, tinha muita quinquilharia guardada por lá e a gente corria e se escondia no meio de um emaranhado de guardados e velharias.  Lembro muito dos quartos, da cozinha de onde saía o cheiro gostoso da comida e dos bolos da minha vó, do corredor que dava acesso à sala e que se transformava em escorregador quando o assoalho era encerado.  Ah, não me esqueci do grande filtro de barro que ficava em cima da pia, marca registrada da casa, mas que acabou espatifado no chão, depois de um vacilo meu.

Importante mesmo eram as pessoas que transitavam pela casa dos meus avós na avenida Itatiba. Lá não tinha hora, sempre chegava gente e a dona Pina e o seu Luiz corriam para colocar uma toalha na mesa e passar um café fresquinho. Muitas lembranças, muitas saudades. Anos mais tarde, voltei a morar na casa, mas aí o encanto já tinha desaparecido. Saí de lá quando me casei, mas voltava frequentemente para ver meus pais. Quando estes se mudaram de lá, não voltei mais. E lá se vão quase 30 anos. Pena que não podemos voltar no tempo, mas boas recordações permanecem.(Foto: acervo do professor Maurício Ferreira/Dario Angelo/Avenida Itatiba em 1977)

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

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