A mídia divulgou aos quatro cantos do país, a reunião ministerial de 22 de abril de 2020, comandada pelo então presidente, Jair Bolsonaro. Um dos fatos marcantes do encontro foi Bolsonaro afirmar que precisava se cercar de pessoas de seu conhecimento na área de segurança pessoal e também na Polícia Federal, “para proteger minha família e meus amigos”, disse ele. A reunião serviu para afastar o ministro da Saúde, Nelson Teich que ficou apenas um mês no cargo e saiu. Imagina-se que ele deixou o Governo ao perceber que ali havia um bando de loucos e não eram torcedores do Corinthians.
Vimos, naquela ocasião, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamando os ministros do STF de “vagabundos” e isto está gravado. Weintraub deixou o Governo e foi para os Estados Unidos. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que era hora de, por conta da pandemia, relaxar as medidas de controle do meio ambiente. “Vamos aproveitar a ocasião, passa boi, passa boiada”, disse ele e isto também está gravado. Como resultado, vimos recordes e mais recordes de desmatamento na Amazônia. Este também deixou o Governo, com suspeitas de facilitar o corte de madeiras naquela região.
Mas o principal resultado da reunião foi a saída de Sérgio Moro, ministro da Justiça – mesma pasta comandada posteriormente por Anderson Torres e que está preso, Na ocasião Moro afirmou que deixava o Governo porque Bolsonaro interferia na Polícia Federal em fatos que envolviam seus filhos. O fato virou inquérito que correr no Supremo Tribunal Federal. Aliás, a proteção de Jair aos seus filhos (e todo mundo quer o melhor para os filhos…) ficou mais evidente no caso das “rachadinhas” que envolve o agora Senador, Flávio Bolsonaro. O inquérito foi encerrado várias vezes, com trocas de juízes neste caso.
Mas o nosso foco se chama Polícia Federal. O Brasil viveu um abandono nesta área nos últimos tempos, principalmente com alertas recebidos por amigos de Jair de que ela estava com novas determinações e que poderiam atingir tais pessoas. Com tanta proteção, o Governo foi sucumbindo à mercê de diretores e superintendentes da PF aliados do presidente.
Os fatos se tornaram mais evidentes e, agora, envolvendo a Polícia Rodoviária Federal, quando o ex-diretor geral da mesma, Silvinei Vasques, suspeito de atrapalhar o transporte de eleitores no segundo turno do dia 30 de outubro, tentando impedir que os mesmos chegassem aos seus locais de votação.
OUTROS TEXTOS DE NELSON MANZATTO
E é aqui que Luiz Inácio Lula da Silva, eleito e empossado no cargo que era do Jair, decidiu agir: mudou todo o comando da PF e da PRF em todos os Estados. A participação dos exonerados em acampamentos em frente a quartéis e na falta de ação, junto com a Polícia Militar no ato comandado por terroristas na invasão dos prédios dos três poderes no dia 8 de janeiro último também fez parte da ação que acabou nestas mudanças. E elas não pararam aí: militares colocados pelo ex-presidente Jair em ministérios e em seguranças das autoridades estão sendo exonerados.
A presença de militares em muitos postos do governo Jair Bolsonaro mostrava que ele sonhava em continuar no poder. Mas dois dias antes de deixar o cargo, ele deixou o Brasil. Não pagou pagou a passagem porque foi num avião da FAB e ainda era presidente. Deixou outro bando de loucos que vandalizou Brasília no dia 8 de janeiro…(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

NELSON MANZATTO
É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.
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