Bem-Te-Vi é a instituição investigada pela POLÍCIA FEDERAL

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Vereadores e uma participante da tribuna livre da Câmara Municipal de Jundiaí revelaram, na sessão de ontem(02), o nome da entidade beneficente investigada pela Polícia Federal: a Bem-Te-Vi, que atende pessoas com Síndrome de Down. A sede da instituição fica na vila Santana II. No último dia 20, a PF cumpriu quatro mandados de busca e apreensão na cidade e um outro em São Paulo. O nome da entidade não foi revelado na ocasião. A Operação Philanthropía começou em março do ano passado, trouxe indícios de que os gestores da instituição receberam verbas públicas, inclusive de convênios federais e emendas parlamentares durante os anos de 2021 e 2023, utilizaram empresas de fachada para desviar parte dos valores, em benefício próprio, chegando a aproximadamente R$ 800 mil. A direção da Bem-Te-Vi confirmou que está sendo investigada: “Infelizmente a denúncia está baseada em ilações falsas, de cunho político, em que as pessoas responsáveis tentam se aproveitar do ano eleitoral para se promover”, informou em nota(na íntegra, abaixo).

A enfermeira Thais Saito disse, na tribuna livre, que foi a responsável pela vinda da Polícia Federal a Jundiaí(assista ao vídeo acima a partir dos 27 minutos). “Eu não sou candidata a nada. Fiz a denúncia na PF para tentar combater uma pseudo quadrilha dentro de uma instituição de crianças especiais. Busquei todos vocês aqui antes de levar esta denúncia à PF. Onde vocês estavam quando eu, a conselheira Taísa e os pais fizemos a denúncia no Comus(Conselho Municipal de Saúde)? Espero que muitos de vocês sejam trocados, especialmente o Cícero que estava na Bem-Te-Vi enquanto eu fazia a denúncia. Também fiz a denúncia a ele. Cadê que ele fez alguma coisa? Ele me bloqueou mas as fotos com a diretoria ficaram publicadas. Diretoria esta que comprovadamente desviou R$ 800 mil que poderiam ter sido dedicados às crianças”, afirmou ela.

Vários vereadores rebateram as declarações da enfermeira, entre eles, Dika Xique Xique, Madson Henrique e Quézia de Lucca. Dika disse que está com “a cabeça tranquila” em relação às denúncias. Madson foi mais enfático. “Eu não recebi nenhuma denúncia. É mentira dela”, afirmou. Quézia disse que já esperava discursos como o da enfermeira. “São pessoas que acham que é assim que ocuparão espaço na cidade ou um cargo na Câmara. Isto se consegue com trabalho”, comentou. Já Cícero explicou: “Um ano antes de ocorrer este problema com a Bem-Te-Vi, a Prefeitura de Jundiaí cortou o convênio com a instituição. Foi observado que a Bem-Te-Vi não prestava os serviços de forma adequada, conforme o contrato assinado. Isto aconteceu um ano antes destes ‘BOs'(boletins de ocorrência) que foram descobertos”, disse ele.

ASSISTA A DISCUSSÃO SOBRE A BEM-TE-VI A PARTIR DE 1H46

Investigações – A PF apura se empresas de fachada teriam sido utilizadas para simular a prestação de serviços à instituição beneficente, recebendo consideráveis pagamentos. Esses recursos, pagos como contraprestação por serviços que aparentemente nunca foram prestados, foram canalizados para uso em benefício próprio da gestora da instituição.

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Além das buscas, a Justiça Federal também autorizou o congelamento de bens dos investigados, quatro pessoas físicas e duas pessoas jurídicas. A palavra grega philanthropía que dá nome à operação significa amor à humanidade, refletindo o compromisso com a justiça e o cuidado para com as pessoas. A pena prevista para o crime investigado, peculato, pode chegar a 12 anos de prisão.

Nota oficial – Questionada pelo Jundiaí Agora, a diretoria do Centro de Atendimento à Síndrome de Down Bem-Te-Vi informou que tomou conhecimento da investigação realizada pela Polícia Federal de Campinas, no tocante a suposto desvio de emendas parlamentares. Todas as informações necessárias para elucidação dos fatos estão sendo fornecidas pela instituição, assim como a atual diretoria está contribuindo para o deslinde da investigação, pois é a principal interessada. Infelizmente a denúncia está baseada em ilações falsas, de cunho político, em que as pessoas responsáveis tentam se aproveitar do ano eleitoral para se promover. Importante deixar claro que se trata de investigação e certamente o Judiciário dará a resposta adequada à população de Jundiaí. Apesar do infortúnio, a instituição segue os atendimentos.(Foto: Google Maps)

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