Vou doar o meu CABELO!

cabelo

Confesso que não entendi direito quando a minha filha me falou que iria doar o seu cabelo. Não era um assunto tão comum em nossas conversas e, claro, como toda adolescente, ela também tinha um cuidado especial com a cabeleira, bem vasta e longa, comum às jovens de 17 anos. Depois da surpresa inicial, fui inundada por um sentimento de orgulho pela atitude da minha filha, que tomou a decisão sozinha e manteve seu desejo, mesmo com as incertezas de como ficaria o visual depois do corte.

Claro que eu quis saber a motivação da doação e ela simplesmente disse que havia visto na Internet outras garotas fazendo a mesma coisa, e achou a atitude muito bonita. E para ela, que tinha uma enormidade de cabelo, fazer a doação não iria trazer qualquer tipo de consequência em sua vida, a não ser ter menos trabalho na hora de lavar a cabeça. Em compensação, seus fios seriam muito bem aproveitados na confecção de perucas, ajudando de imediato na autoestima de jovens e mulheres em tratamento quimioterápico ou com alguma outra patologia causadora de queda de cabelo.

Com certeza, a ideia era muito boa, só que para permitir a doação seria necessário cortar bastante no comprimento do cabelo. E aí estava o xis da questão. O cabelo tem um poder sobrenatural na vida de uma jovem e a doação exigiria uma boa dose de desprendimento e nem toda mulher está pronta para isso. Conversando com uma querida e saudosa amiga, que naquela época trabalhava no Grendacc, fiquei sabendo mais detalhes sobre como proceder para realizar a doação.

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Decidido os detalhes, chegou o dia do corte. Ela foi sozinha e já avisou a cabeleireira que o cabelo seria doado para uma instituição. Bem, o visual ficou bastante diferente. Os fios volumosos que antes cobriam até metade das costas foram encurtados até perto do pescoço. Mas o que importavam era o sorriso no rosto dela e o chumaço enorme de cabelo dentro de um saco plástico, que foi entregue para doação no dia seguinte.

O problema veio depois, com o novo visual, já que o corte foi bem radical e durante vários dias minha filha conviveu com a transformação. Mas em momento algum ela se arrependeu da decisão tomada e sacramentada. Hoje, o cabelo já cresceu de novo e cobre boa parte das costas. Daria para fazer uma nova doação, quem sabe. Juro que eu também pensei em doar, mas teria de deixar o cabelo crescer e quem iria querer fios brancos e tingidos há anos pelo poder da L´Oreal. Admiro muito quem tem essa atitude, e você? Pense nisso da próxima vez que for ao cabeleireiro.(Foto: cena do filme ‘Até o Limite da Honra/1997)

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

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