Pelo menos duas ou três vezes ao dia recebo pelo Facebook ou pelo Instagram mensagens de tutores de cães e gatos desesperados com o sumiço dos seus amigões. E a cada postagem meu coração aperta, pois eu sei o que é ter um animal de estimação desaparecido. Atualmente, a busca pelos fujões ficou infinitamente mais fácil com as novas ferramentas da Internet: uma foto do pet disparada na rede atinge um número inimaginável de visualizações, o que ajuda muito no sucesso. Mas isso era bem diferente anos atrás, quando a gente só contava com o telefone e a sola dos sapatos para percorrer as ruas próximas de casa na busca pelo bichinho. E nem sempre essa busca era positiva.
Lembro que em três oportunidades sofri muito com o sumiço de um pet e as buscas não tiveram finais felizes. Ainda na adolescência, durante uma reforma em casa, tivemos de fazer muitas mudanças internas para permitir a obra e o meu gato naquela época (tive muitos durante a minha vida toda…) desapareceu. Pensamos que ele talvez pudesse estar escondido ou mesmo preso naquela bagunça da reforma. Reviramos tudo várias vezes e nada. Nunca soubemos o que aconteceu com o Nino. Acho que foi procurar um local mais calmo para viver.
Numa outra vez, nossa cachorra Laika, já idosa, aproveitou o portão aberto e desapareceu. Foi um Deus nos acuda na busca por ela pelas ruas do bairro. Sem sucesso. É outro mistério que nunca foi desvendado: o que aconteceu com a Laika. Chegaram a me dizer que os cães idosos vão embora antes de morrer para nos poupar da tristeza. Pura balela, mas eu era criança, acabei acreditando e me conformei. Afinal, quando a lenda é mais interessante que a realidade, acredita-se na lenda.
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Mas foi o sumiço da minha gata Cossínia (era esse mesmo o nome!) que me deixou mais infeliz. A felina sempre ia dar suas voltinhas até que um dia não voltou mais. Foi uma longa busca, e nada. Muitos anos depois, minha mãe me confessou que encontrou a gata morta no meio fio, não se sabe se foi envenenada ou atropelada. Com dó de mim, ela preferiu omitir isso. Tadinha da gatinha, fico com pena ainda hoje. E lá se vão uns 40 anos.
Confesso que sempre me entristeço quando recebo uma postagem relacionada a cães e gatos desaparecidos. Com certeza o bichinho deve estar sofrendo, assim como o seu tutor. E fico na torcida para que a busca virtual consiga resultado diferente das minhas buscas do passado.(Foto: www.petz.com.br)
VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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