Capitalismo, lucro… Dinheiro. Assunto polêmico e de grande prioridade do homem (homem em sua espécie, não gênero). É bem trivial escutar sobre capitalismo na rotina, nas conversas de bastidores, quando tomo aquele cafezinho gostoso com os amigos da equipe da limpeza no escritório, como também nas pautas formais de reuniões, em que estou com executivos e empresários para discutir interesses. Os exemplos não se acabam por aqui, têm as conversas com familiares, eventos sociais etc. Ilustro brevemente estes, por estarem contextualizados no âmbito corporativo. Capitalismo é a essência dos fazeres profissionais das pessoas citadas e também dos meus. Tá no pé da língua de todos. Dinheiro nos move, nos faz levantar todos os dias da cama. Ou talvez não. Ou, talvez, nos remeta à cautela, ou seja, ao senso crítico de atitudes. Ou, talvez, não. De fato, o que nos representa?
Dissolvendo nuances, o foco é citar opiniões extremas. Há quem ame e quem odeie. Existe a junta que ama o capitalismo e o grupo que odeia precisar de dinheiro. Explico melhor: têm versões radicais sobre o tema.
Há colegas que são impulsionados pelo trabalho. Amam a atividade dos números, compõem suas visões de mundo sob a paga do lucro e produtividade. O pensamento incomensurável é de que os outros, isto é, os que não são eles, não gostam de trabalhar, não pegam na enxada e são acomodados. E pode ser uma verdade. O Brasil é um país de taxa de ocupação de 49,6% (Agência Brasil, 01/02/22). Assim sendo, menos da metade da população, com idade para trabalhar, está ocupada no país. Nós, brasileiros, somos criativos, ótimos empreendedores num consenso, mas nem todos que precisam têm o culhão de topar o desafio. Como que, em boa parte, não se dão ao trabalho e vivem o modo “deixa a vida me levar”, o que endossa e pode dar sentido ao pensamento dos colegas amantes dos números.
Na outra face, têm quem acredita que o trabalho é algo ruim. O trabalho é um castigo divino, foi criado para castigar a nação, não fazendo sentido nenhum ter que trabalhar (ainda que trabalhem e sejam bem empregados), porém acreditam que não deveriam estar trabalhando. Creem que não deveríamos ter divisões de terra, de alimento, e por consequência de dinheiro. Uma visão, aparentemente, sem amplitude, não juntando os fatos de que as necessidades e os prazeres andam lado a lado. Vive afastado dos outros, não se arrisca a um networking. Por vezes, inteligente, mas não partilha conhecimento com os outros e não sente necessidade de fazer diferença na vida de alguém. E pode ter razão. Ora, tendo uma casinha, um canto próprio, pagando as próprias contas e se sustentar, sem se juntar com outros, e sem fazer mal a ninguém… Qual o problema? Não opinarei.
De modo geral, extremismos ocorrem por um conceito edificado desde a criação, a depender de com quem conviveu, quem o educou, quais as crenças daqueles que o fizeram e qual o significado de trabalho para eles. Podem carregar estes significados a vida inteira, se quiserem, como também podem se permitir em compreenderem as coisas numa outra ótica, a do próximo.
Extremismo, posso estar enganado e geralmente estou, não é bom. Se me pego em ideia extrema, me interesso em refletir. Consigo fazê-lo se perceber, e só percebo se invisto esforço em dar atenção para a causa do outro – aquele que incomoda e, depois, vem o sentimento de gratidão por conhecer sua versão. Sem fórmulas mágicas, precisa de esforço.
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Acredito no mover do trabalho. Considero que trabalhar é ótimo, no sentido regurgitado de juntar interesses e habilidades pessoais com esforço laboral, assim, persistindo, em prol do sucesso de um grupo lucrativo. Acredito sim na recompensa contínua (dinheiro), e gosto muito dela, por consequência crescer de forma gradual patrimonialmente. Compreendo também que, se o não fizesse, limitaria possibilidades na vida. Entretanto, num todo e pessoalmente, tenho visão romântica de existência. E não dá para ser romântico se estiver focado, somente, na algidez dos números e crescimento de capital. Assim entendido, me sobra a consciência de que essa é a minha visão, única para mim, de alguém relativamente privilegiado, que recebeu educação, material escolar, que estudou idiomas na infância e pôde relativamente conhecer culturas. Seria fácil tomar minha visão como única verdade, sem crescer e viver numa rua em que não existe asfalto, num lar que não possui número residencial, sem estudo, e ter que passar quatro a cinco horas do dia num transporte público, para pensar em ter uma perspectiva profissional de sucesso e de remuneração.
E é isso. Cada um tem sua história… E temos também estatísticas (visão macro dos elementos). Tenha uma boa tarde.(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

DIOGO GOMES RIZZI
Administrador, filósofo, especialista em negociação. Experiente em gestão de negócios no Brasil, América Latina e Central, Europa e Ásia. Estudioso e apreciador da literatura.
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