Não resisti à ideia de escrever novamente sobre este aplicativo da Inteligência Artificial tamanha foi a quantidade de textos, nas mais diversas mídias, sobre o Chat GPT desde o começo deste ano. Os aspectos positivos e negativos do seu uso levaram a um questionamento sobre a necessidade de regulamentar sua utilização em muitos setores em especial no educacional.
Temos uma tendência, nestas terras tupiniquins, de clamar por alguém que faça uma “lei” cada vez que surge algo novo e que não se sabe bem quais conseqüências trarão o seu uso. Esta ânsia de disciplinar aquilo que não se entende bem ou cujas ações têm diferentes vertentes nos tem levado a um excesso de regulamentações muitas vezes mais nocivas que os efeitos daquilo que se pretendeu regular. Este fenômeno pode ser observado em praticamente todos os setores de nossas vidas com uma profusão de normas e leis inacessíveis ao conhecimento geral.
No caso específico do Chat GPT que está fazendo tanto sucesso, com um número astronômico de acessos, parece que a necessidade se amplia. O receio do mau uso em quaisquer circunstâncias se contrapõe às informações sobre os resultados expressivos dele em exames e provas. Sobre isto já me manifestei, pois acredito que só evidencia os erros conceituais que são aplicados geralmente nos processos de avaliação. A máquina só acerta se as questões estiverem disponíveis como informações e não como conhecimentos.
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De todo modo não parece razoável a urgência ou a necessidade, eventualmente, em regulamentar, sobretudo pelo risco da ineficácia e a tendência à obsolescência das normas em tudo que se refere à tecnologia. A velocidade das mudanças, tanto de hardware como de software, faz com que seja praticamente impossível qualquer normatização, pois quando estiverem em vigor a tecnologia regulamentada já pode ter sido substituída ou descontinuada, sem desconsiderar que são mutáveis e regeneradoras. Alguns aplicativos de uso contínuo há poucos anos atrás não são mais os mesmos ou já estão decadentes e em desuso. A perspectiva é que o seu tempo de durabilidade seja cada vez menor. Assim, quando a “lei” estiver pronta, tramitada, aprovada, sancionada, publicada e efetivada será inútil, pois seu objeto não existirá mais.
As evoluções tecnológicas como o Chat GPT são inevitáveis e só poderemos buscar nos adaptar a elas em função das nossas necessidades. Tentar regulamentar seu uso parece absoluta perda de tempo. Utilizar as regras do passado para normatizar o futuro é absolutamente distópico.(Foto: Tara Winstead/Pexels)

FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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