Coisas do SÉCULO PASSADO

século passado

Apesar das mudanças serem, atualmente, vertiginosas, de acordo com pesquisas, as descobertas e invenções no século passado, principalmente na primeira metade, ocorreram com muita intensidade. Só algumas para lembrar: a invenção do antibiótico, do computador, da internet, do celular, do avião, da televisão, do DNA, dos transplantes, vacinas importantíssimas como a Sabin, a antitetânica, a BCG e outras mais, livrando milhões de pessoas da morte ou da invalidez. Pela primeira vez, o homem pisou na Lua, sondas foram enviadas a Marte e trouxeram material para estudo. Foi inventada a caneta esferográfica e dezenas de outras invenções. No Brasil, a inauguração do teleférico bondinho do Pão de Açúcar e da estátua do Cristo Redentor chamou a atenção do mundo. Há 90 anos, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar. Foi um século de muita produtividade no campo científico da saúde e da tecnologia em geral. Isso é inegável.

Também, na área cultural, houve transformações indeléveis no século passado. A Semana da Arte Moderna, ocorrida de 13 a 18 de fevereiro de 1922, foi um marco transformador dos valores artísticos e éticos. Quanta polêmica, quantas desavenças! O desenrolar dos fatos, todos conhecem. A iniciativa de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, dos escritores Graça Aranha, Menotti del Picchia, Manuel Bandeira, do maestro Villa Lobos ( o pé de chinelo revolucionário) e outros mostrou muita coragem. Toda a polêmica é conhecida, não será preciso repeti-la.No mês de fevereiro, comemorou-se os 100 anos desse acontecimento histórico nas artes brasileiras. Muitas palestras e artigos sobre o assunto foram realizados.

Continuando na área cultural, a revista “Seleções”, versão brasileira da Reader’s Digest, está completando 80 anos de circulação no Brasil. Uma octogenária que não perde admiradores! A original americana, tendo sido iniciada em 1922, completou cem anos, com tiragem considerável. Ao arrumar minha biblioteca, encontrei dezenas de exemplares antigos e fiquei, durante vários dias, lendo-os. Todos os artigos são muito bem escritos, interessantes e instrutivos.

Neste mês, narrou a história do fundador DeWitt Wallace (Wally) e de sua esposa Lila quando iniciaram a publicação. Wally, ousado, com US$ 2 mil emprestados, editou 5 mil exemplares e aguardou ansioso o retorno dos leitores. Para sua alegria, a leitura agradou e, no primeiro ano, conseguiu 7 mil assinantes! Com a responsabilidade de continuar na mesma linha da boa informação, muito se empenhou. Em 1936, editou 1,8 milhão de exemplares. Estava consolidada a qualidade! Dizia que era mais por sua dedicação do que pela capacidade. Acreditava nos textos sucintos e claros, abominava os prolixos, por isso o nome Reader’s Digest (leitura resumida e digerida).

Em 1942, a “Seleções” foi lançada no Brasil. Apesar de termos a fama de não gostarmos de leitura, também agradou; daí a longevidade! Editada sempre no mesmo formato, 13 por 18 centímetros e 128 páginas, conserva alguns artigos de inquestionável agrado.

Quem nunca leu: Flagrantes da Vida Real; Piadas de Caserna; Rir é o Melhor Remédio; Ossos do Ofício; Enriqueça o seu Vocabulário; Interaja; Entre Aspas e Essas Crianças…? Decididamente, coisas do século passado…

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Pois é, esses entretenimentos alegram e já alegraram os dias de alguns, hoje, octogenários brasileiros e os dias dos leitores americanos, alguns hoje, centenários – se é que ainda existem – continuando com seu objetivo de informar e alegrar.

Uma característica da revista é a interação com os leitores porque abre espaço para que vejam suas criações publicadas e recebam o valor de R$ 400 por história selecionada. Um atrativo, sem dúvida!

Hoje, a revista circula em 120 países, sendo publicada em 35 idiomas. Neste momento, com a alta vertiginosa do papel em 30%, ainda estará garantida sua publicação? Ossos do ofício… Rir é o melhor remédio!(Foto: cesarpapini.com.br)

JÚLIA FERNANDES HEIMANN

É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence à Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.

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