A Frente Parlamentar em Defesa da Família e da Vida, da Câmara Municipal de Jundiaí, realizou reunião para discutir soluções para o combate à violência infantil. O presidente da Frente é o vereador Douglas Medeiros(PL). Participaram do encontro: Marcelo Couto Dias, secretário da Família, Cidadania e Segurança Alimentar de Osasco; Stela Oliveira, do Hospital Universitário de Jundiaí; professora Tânia Regina Roveri do Amaral Gurgel, gestor adjunta da Unidade de Educação da Prefeitura de Jundiaí e Édison Prado de Andrade, doutor em Educação. Medeiros revelou que o objetivo da frente é a criação de um órgão local que cuide das crianças e também das famílias em todos os aspectos que envolvam a violência.

“Penso que o direito ao respeito e à dignidade passa por uma revisão sobre qual tipo de família precisamos valorizar no Brasil. Devemos encontrar o epicentro do problema. E este epicentro é o que foi feito com as famílias”, disse Andrade.
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“Fizemos um levantamento dos casos que chegavam ao Hospital Universitário entre 2016 e 2020. No meio do caminho aconteceu a pandemia de Covid. Comparamos os números com o antes, do durante e depois da pandemia. Este levantamento recebeu o nome de ‘Estudo Epidemiológico da Violência” e mostrou que durante a Covid, a violência sexual foi mais registrado, com mais de 60% dos casos. As meninas entre dois e nove anos são as principais vítimas. Também atendemos casos de adolescentes e até bebês. Todos os bairros de Jundiaí contam com algum tipo de notificação de violência física ou sexual contra crianças”, explicou Stella.

“A partir dos dados partimos para a prática. Passamos a fazer uma grande interação entre a família e a criança. Nas atividades, as famílias precisam ter um olhar, em relação à criança, de forma diferenciada”, contou Tânia Andrade.

“A casa deve ser um espaço protetor, do desenvolvimento saudável, com felicidade, amor e compreensão. Isto, inclusive, está no preâmbulo da Declaração dos Direitos da Criança. Este é o documento internacional mais ratificado no mundo. Porém, as crianças podem estar em situação de risco em muitas casas. E o que devemos fazer? Já ocorreram experiências de tentar substituir a família. Estas tentativas sempre foram danosas e prejudiciais. Só há uma alternativa: dar apoio às famílias para que elas possam desempenhar bem o papel que lhes cabe. Desta forma, as crianças poderão crescer e se desenvolver adequadamente. A Pesquisa Nacional da Saúde dos Escolares verificou que filhos de pais negligentes tem o dobro de chance de iniciar a vida sexual de forma precoce e desprotegida aos 13 anos. Já um outro estudo publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, em 2019, antes da pandemia, revelou que 25% das crianças em idade pré-escolar com problemas de saúde mental ligados às relações familiares estressantes. Isto representa uma em cada quatro crianças em idade pré-escolar”, revelou Marcelo.
Sobre a pesquisa e o trabalho feito pela Unidade Gestora de Educação, o vereador Douglas Medeiros foi enfático. “Estes dados nos revela uma realidade para atuarmos diretamente no problema. É possível saber se as crianças sofreram violência”, disse. Ele ligou o estudo com o tema abordado pelo representante da Prefeitura de Osasco. “O senhor nos trouxe vários pontos de como abordar esta violência. Já estamos argumentando há muito tempo para que seja criado um órgão em Jundiaí que possa unir as várias frentes relacionadas aos direitos das crianças, como o Judiciário, Educação e Saúde. O Hospital Universitário fez um trabalho durante anos para diagnosticar a situação e agora é preciso implementar ações para conter a violência. Queremos trazer programas para Jundiaí que façam a prevenção, rompendo este ciclo e dar apoio às famílias. Muitas não têm condições de melhorar o relacionamento entre mulher e marido. O índice de divórcio está crescendo. As brigas são cada vez mais frequentes. O que estamos ensinando as crianças sobre a violência, sobre o uso de telas como o celular? As famílias hoje têm uma realidade difícil. Todos precisam trabalhar. E a criança acaba ficando numa tela. O Brasil é um dos países que mais consomem pornografia e isto estimula à sexualidade precoce”, concluiu o vereador e presidente da Frente Parlamentar.
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