Comentei aqui, no artigo anterior, que minha sempre dizia que o “diabo ensina a fazer, mas não ensina a esconder”. Interessante que, depois disso, dispararam ações de Bolsonaro e sua galera, mostrando que “nada ficará encoberto”… O assunto que continua rendendo comentários neste país, são as joias, que não são da rainha. Telejornais mostraram todas as ações do ex-presidente tentar recuperar aquilo que deveria ter entrado ilegalmente no Brasil, simplesmente para não ficar de posse do Governo, mas dele e seus familiares. A tentativa de fazer as joias chegarem às mãos de Jair & Cia, sem o pagamento de tributos, pois a ideia era não serem descobertas na alfândega de Guarulhos. Mas o diabo estava de folga neste dia…
Em condições normais, as joias entrariam no Brasil como um presente oficial do regime saudita para o casal presidencial. Nessa hipótese, os bens seriam catalogados e revertidos ao Estado brasileiro. Seriam do Estado, não da Michelle… Jair deixou o Brasil dois dias antes de entregar a faixa para seu sucessor e na semana passada, depois dos escândalos das joias, quem viajou para encontrar o amado, foi Michelle…
E não eram apenas aqueles joias: foi descoberta outra entrega – esta chegando ao Jair – com relógios e facas, como se ele não pudesse perder a hora…E além de relógios e facas, surgiram armas de fogo e o Jair não viu mais Satanás trabalhando pra ele…
Além de tanta muamba, percebe-se que a ausência do Diabo – mais parecido com o “amigo da onça” – se alastrou depois que o comando do Planalto ou do país, mudaram dia 1º de janeiro. E vamos lá: Em 2018, quando Jair se preparava para tomar posse, Michelle começava a aparecer nas manchetes de jornais – não nas páginas de política, mas na policial… – mostrando que ela era destinatária de uma minirachadinha de R$ 24 mil.
Outro fato registrado nestes dias mostra que o governo de Jair boicotou uma tentativa das Nações Unidas de examinar a situação de genocídio no Brasil. No ano passada, a representando especial do secretário-geral da ONU, para a Prevenção de Genocídio, subsecretária Alice Wairimu Nderitu, tinha passagem planejada para nosso país. Mas, segundo o site da UOL, pessoas que lidaram na época com os trâmites da organização apontam que nunca houve resposta por parte do governo diante do pedido de um visto. Isso ocorreria durante um debate sobre “crimes atrozes” no Brasil e que ocorreu em abril do ano passado, entre Belém do Pará e Rio de Janeiro.
Mais três fatos foram “desescondidos” na semana passada: A Abin – Agência Brasileira de Inteligência – confirmou que, no governo de Jair, foi usado um programa para monitorar celulares da população. A ação ocorreu entre os dias 26 de dezembro de 2018, cinco dias antes de Michel Temer deixar o cargo e 8 de maio de 2021, mais da metade do período governado por Jair.
UTROS TEXTOS DE NELSON MANZATTO
Se houve o boicote do governo à ONU, no último dia 15, a Agência Brasil informava que 27 milhões de doses de vacinas foram descartadas por conta do prazo de validade vencido. Cerca de dois bilhões de reais foram jogados no lixo. E não eram apenas vacina contra Covid, mas de outras prevenções também, já que o governo de Jair não incentivava o uso das mesmas.
No dia 16, segundo a Folha de S. Paulo, o governo de Jair incinerou pelo menos 13,5 milhões de reais em medicamentos de alto custo utilizados no tratamento de doenças raras. A lista de medicamentos incinerados é enorme e mostra, com certeza, que o diabo ensinou a fazer, mas esqueceu de ensinar a esconder…(Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom)
NELSON MANZATTO
É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.
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