DIÓGENES

DIÓGENES

Na minha fase escolar, tive dois colegas com o nome Diógenes. Eram estudiosos e bons alunos. Depois, nunca mais encontrei uma criança que fosse batizada com esse nome; acho que saiu de moda, porque nome também tem moda.

No mês que passou, uma amiga viajou à Grécia e trouxe-me uma lembrança de lá, mencionando Diógenes; mas disse-me que o culto ao filósofo já arrefeceu.

Depois de ouvi-la dizer que só em museus pode-se encontrar algo referente, resolvi lembrar um pouco da linda história desse grande homem.

Diógenes nasceu em família abastada. Quando seu pai, que era banqueiro, foi acusado, sem provas, de adulterar moedas, toda a família foi exilada. A partir daí, começaram a viver pobremente.

Ele se autointitulava cínico. Os cínicos faziam parte de um movimento filosófico denominado cinismo, que tem como uma das possíveis origens o termo cão (kyov). Os integrantes desse movimento se autodenominavam cães porque suas vidas se assemelhavam à vida desses animais: dormiam em praças públicas ou ruas, usavam uma túnica como vestimenta e andavam descalços, desprezando as convenções sociais.

Entre as muitas histórias que são contadas sobre Diógenes, uma é que dormia num tonel, no centro de Atenas e era considerado o mais cínico dos homens – considerando o sentido dado, à época, ao termo.

Era muito inteligente e rápido nas respostas, possuindo o dom da persuasão.

Conta-se que, um dia, Alexandre Magno, rei da Macedônia, visitou a Grécia e quis conhecer o famoso filósofo cínico.

Encontrou-o no campo, tomando sol. Como ouvira falar de sua inteligência e o admirava sem conhecer, parou seu cavalo perto do homem deitado e falou:

– Diógenes, pede-me o que quiseres que eu te concederei!

A resposta veio rápida:

– Quero que saias e não encobertes o sol!

Dizem que o desprendimento mostrado aumentou a admiração de Alexandre Magno que, quando lhe perguntavam quem gostaria de ser se não fosse o rei da Macedônia, respondia:

– Gostaria de ser Diógenes!

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Outro acontecimento conhecido é que andava pelas ruas de Atenas com uma lanterna acesa na mão, e quando lhe perguntavam a razão daquilo, dizia:

– Ando à procura de um homem virtuoso.

Esse homem, para ele, deveria ter, além de outras qualidades, estas imprescindíveis ao ser humano: bondade, ética e caráter.

Quando morreu, (323a.C.) construíram-lhe um túmulo, sobre o qual ergueram uma coluna com a figura de um cão em bronze e as seguintes palavras:

“O bronze envelhece com o tempo, mas tua glória, Diógenes, nem toda a eternidade destruirá, pois tu ensinaste aos mortais a lição da autossuficiência e a maneira mais fácil de viver”.

Sendo verdade ou lenda, é uma história muito linda de vida. Já pensaram se alguém andasse hoje à procura de um homem bondoso, ético e de caráter? Não haveria lanterna que chegasse…(Ilustração: acasadevidro.com)



JÚLIA FERNANDES HEIMANN

É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence á Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU

 


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