Olhando bem para a imagem acima, com rostos diferentes, cada qual com uma expressão, idade, gênero, apenas temos uma certeza: todos somos seres humanos, com nosso sangue e cada célula de nosso corpo contendo um pouco dos ancestrais de cada povo ou etnia dos quatro cantos do mundo. Apesar de todas as diferenças, somos iguais. Está no nosso DNA: de certa forma somos todos primos. Vamos ver o porquê?

Os sábios dessa terra nunca questionaram diferenças entre os seres humanos: há culturas e saberes próprios, e ponto. No entanto, as perversidades, que também fazem parte do homem, com “h” minúsculo mesmo, ao longo da história engendraram (pré) conceitos de toda a sorte, lançando seus dardos venenosos e mortais contra grupos étnicos, povos, gêneros, credos, opções sexuais, e o que mais for, diferente ou não.

Quer um exemplo? Qual o tipo físico dos escandinavos, mais especificamente noruegueses, suecos, finlandeses? Ah, vem à memória as suecas, lindas, altas; finlandeses e noruegueses saídos de uma agencia de modelos, loiros, olhos azuis! Uhmm…será? Pois os sámis(foto abaixo) são povos que habitam a região norte desses países nos últimos dois mil anos , e sim, são escandinavos, indígenas, reconhecidos como tal nesses três países e pelas Nações Unidas. Já sofreram discriminação ao longo de sua história, mas às duras penas mantiveram seu modo de vida, língua e cultura, hoje garantidos, exercem as mais variadas profissões, elegem seus representantes, produzem seus próprios programas de rádio e televisão.

O ser humano possui um corpo com bilhões de células, e em cada uma há a síntese de sua existência mais remota. A química perfeita do DNA (abreviatura de ácido desoxirribonucleico, ou ADN)! Em 1869 o bioquímico alemão Johann Friedrich Miescher foi o primeiro a isolar essa substância, seguido de outros incansáveis pesquisadores, até chegarmos à identificação da sua estrutura proteica, em dupla hélice, por Watson e Crick, que em abril de 1953 publicaram seus resultados na revista científica Nature e em 1962 receberam o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia.

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Há muito ainda para se desvendar sobre o funcionamento complexo do DNA com as outras estruturas do organismo humano. Com o que se sabe, realizou-se recentemente perspicaz “experimento” por uma organização, a LetsOpenOurWord.com, coletando material e sequenciando a amostra de cada participante, o chamado “exame de DNA”: pela abordagem direta, certeira, é um alerta a cada um de nós para a grande existência humana na qual indiscutivelmente fazemos parte.

Como se diz na gíria, “tá no DNA!” E está mesmo! Veja o vídeo: é só clicar no link abaixo, que “viralizou” no Youtube.

Preste atenção nos resultados: a “amostra” contemplou descendentes de alemães, indianos, turcos, ingleses, entre outros, oriundos da Europa, África, Oriente Médio, Sudeste Asiático, com milênios de história de ocupações, guerras, miscigenações. Já imaginou a América Latina, especialmente o Brasil, cujos primórdios de colonização foram de imigrantes que vieram destes países europeus, africanos e asiáticos, sendo totalmente absorvidos pela população que já aqui já vivia, outrora em milhares de grupos de etnias indígenas, espalhados por todo o território?

Ao final, destacamos fala de participante e do organizador, para refletirmos:

“(…) Isto deveria ser obrigatório. Não existiria algo como extremismo no mundo, se as pessoas soubessem seus antecedentes. Quem seria burro o bastante para acreditar em algo como “raça pura”? De certa forma, somos todos primos…”

Você tem mais em comum com o mundo do que você pensa. O mundo aberto começa com uma mente aberta…


ELIANA CORRÊA AGUIRRE DE MATTOS

Engenheira agrônoma e advogada, com mestrado e doutorado na área de análise ambiental e dinâmica territorial (IG – UNICAMP). Atuou na coordenação de curso superior de Gestão Ambiental, consultoria e certificação em Sistemas de Gestão da qualidade, ambiental e em normas de produção orgânica agrícola.

 


CRÉDITOS DAS FOTOS:

Principal: https://bit.ly/2VBZ0nI

Povos Sámis: https://bit.ly/2VHc4IC