Em seminário recente apresentado pelo “Juventudes Fora da Escola” com os resultados da pesquisa realizada pela Datafolha para a Fundação Roberto Marinho e o Itaú Educação e Trabalho com jovens que não estão estudando revela, entre inúmeras outras questões, que há um número significativo gostaria de voltar ao ensino médio e a maioria quer o ensino técnico. Com dados relevantes decorrentes de pesquisas bem elaboradas mostra uma realidade importante da educação brasileira que não pode ser desconsiderada pelas políticas públicas em nosso país.
Identificando pessoas fora da escola e, consequentemente, fora das estatísticas educacionais, coloca luz sobre questões da mais alta relevância e que deveriam ser consideradas no momento em que tanto se fala em mais ensino técnico e reforma do ensino médio. A pesquisa revela, além disso, os formatos pretendidos que permitam conciliar atividades laborais e estudos com ênfase na flexibilidade, no ensino híbrido com o uso de multimeios e o ensino noturno. Esta é uma população que não pode ser negligenciada sob pena de estarmos condenando milhões de jovens ao subemprego interferindo de forma irreversível na consecução de seus sonhos.
Na contra mão dos anseios dessa juventude fora da escola o MEC quer aumentar as cargas horárias presenciais e dificultar o ensino a distância privilegiando um grupo específico de alunos que podem se dar ao luxo de apenas estudar e se preparar para o vestibular, descumprindo o direito constitucional à educação de milhões de jovens que não se encaixam neste perfil. A equidade está em atender os diferentes assegurando igualdade de oportunidades mesmo para os grupos invisíveis do cenário educacional. É clara a percepção do grupo entrevistado que trabalho e estudos se complementam no processo de desenvolvimento e que sem as condições mínimas para isto não será possível ir além das situações em que vivem. O incentivo financeiro para permanência e conclusão da educação básica não é suficiente para atender a necessidade de trabalhar e estudar. Chama a atenção, por exemplo, a necessidade de creches para atender às jovens mães como foi identificado.
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A isto tudo, vale sempre lembrar, soma-se a imperiosa necessidade de incorporar aos processos educativos novas metodologias e novas tecnologias, além da preparação e aperfeiçoamento docente, para concretizar as propostas pedagógicas com foco na aprendizagem muito mais eficientes e atrativas, sobretudo para aqueles que se cansaram do modelo conteudista e repetitivo que caracteriza a escola tradicional. A educação híbrida que atende estes jovens e tantos outros contêm elementos que devem ser considerados se pretendermos propor uma educação voltada para o futuro com maior interatividade ocupando todos os tempos e espaços de aprendizagem possíveis transformando cada estudante em protagonista de sua formação educacional.

FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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