Um amigo me avisa que em consulta recente ao ChatGPT constatou que, segundo a plataforma, o autor de um livro denominado: “Metodologia de Projetos” que publiquei pela Editora Saraiva em 2017, não era eu, mas outra pessoa. Seria um erro do Chat GPT? Afinal temos usado estes aplicativos em inúmeras situações e são recorrentes as descrições dos acertos ali obtidos. Sua fama crescente é de tal ordem que seus resultados passam a ser usados como referência sem que constatemos sua veracidade.
Como a informação me dizia respeito consultei a plataforma perguntando quem era o autor do livro em questão e a resposta indicava outro autor, mesmo quando me referia especificamente ao título, editora e ano de publicação. Perguntei se eu era o autor do livro em questão e a resposta foi que não, que o autor era outro. Perguntei, então, se o autor citado havia publicado algum livro por aquela editora e a resposta foi negativa. Diante desta incoerência tornei a perguntar: se “fulano de tal” nunca publicou pela Editora Saraiva como poderia ser o autor de um livro publicado por ela.
Neste ponto a resposta foi bem “humana”, pois não admitia o erro, mas pedia desculpas pela “confusão anterior” e indicava que realmente o autor da obra citada era eu. Esta resposta é literalmente o que obtive da plataforma. Não é uma figura de linguagem. O fato de ser o autor deste livro não é relevante, mas a desinformação do ChatGPT é. Convém, sempre, lembrar que o próprio aplicativo reconhece suas limitações, mas, de forma geral, a tendência é desconsiderar estes avisos e aceitar a informação da forma com que ela vem.
O relatado serve de alerta tanto para quem gosta como para quem não gosta, para os que acreditam que estes aplicativos devem ser regulados e controlados e os que acham o contrário. É uma constatação das deficiências da própria máquina e de quem as desenvolveu que, no entanto, fazem parte de nossas vidas e interferindo em uma infinidade de situações e processos que vivenciamos em uma espiral crescente e inexorável.
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As inteligências alternativas são apenas máquinas e assim sujeitas a defeitos do mesmo modo que os automóveis altamente tecnológicos apresentam falhas e quebram. Saber usá-las como elas são é uma tarefa que cabe a todos, sobretudo nos meios educacionais. Sobretudo quando há previsão de que deverão, em futuro próximo, deixarem de serem gratuitas, algumas já não são, aumentando as exigências dos seus usuários. Afinal ninguém quer pagar por informações de caráter duvidoso e que precise ser verificado em outras fontes para serem usadas.
De todo modo este parece ser um procedimento prudente. Verificar se as respostas do ChatGPT ou outros “chatbots” é confiável quando cotejada com outras meios de informação. Em tempos de enxurradas de “fake news”, bem elaboradas ou não, tomar decisões sem verificar a veracidade da fonte pode representar um grande risco.(Foto: Agência Brasil/Reuters/Florence Lo)

FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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