ENSINO A DISTÂNCIA

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Mais uma vez o MEC volta as suas baterias contra a Educação a Distância – EaD. O principal argumento é o seu acelerado crescimento supostamente com ofertas de baixa qualidade, assim deve ser regulado, evidentemente com a régua do órgão. Entretanto o que ninguém pergunta é por que o segmento apresenta um número tão grande de matrículas? Quem está procurando estes cursos? Quais os seus impactos deste tipo de ensino na formação de tantos brasileiros?

Vamos começar com a questão da necessidade ou não de uma pessoa cursar o ensino superior. Há incontáveis artigos, pesquisas, reportagens, etc. mostrando que as oportunidades de emprego e salários são maiores para quem tem curso superior o que justifica amplamente a procura. Mesmo que isto não ocorra nas respectivas áreas de formação ou sirva apenas para preencher vagas de outras áreas cuja qualificação profissional não está sendo atendida, pois a formação nos cursos técnicos de nível médio deixa a desejar. De todo modo é com isso que estudantes e suas famílias sonham: cursar e concluir o ensino superior e melhorar as suas vidas.

É este público, principalmente o definido como de baixa renda, que quer fazer ensino superior investindo em suas carreiras futuras. O que é altamente louvável e desejável. Esta vontade, no entanto, esbarra nas suas limitações de tempo e disponibilidades financeiras, assim são os cursos a distância que os ajudam a sonhar. Aumentar a carga horária presencial desnecessariamente só trará mais dificuldade e, eventualmente, impossibilidade, de atender seus anseios. A justificativa para termos mais tempo em carteiras escolares se apóia nas questionáveis idéias de qualidade e melhor formação. Os dados do ENADE – exame nacional do desempenho estudantil – revelam que não há diferenças significativas entre os resultados dos egressos do presencial e dos egressos do EaD.  Ficamos nos perguntando quais são as evidências de que aumentar a presencialidade assegura, de forma inequívoca, a qualidade da formação?

Inquestionavelmente caminhamos para uma educação metodologicamente híbrida, na qual aprendizagem ocorre em diferentes tempos e locais pelos multimeios disponíveis, bem distante das propostas tradicionalistas de colocar alunos ouvindo repetidores de conteúdos em locais e horários definidos. Alguns cursos estão absolutamente desenhados para serem desenvolvidos on-line, assim a quem interessa a escola bancária como definida por Paulo Freire? Do mesmo modo a interpenetração entre o que se convencionou chamar de teoria e prática está absolutamente consolidada nas estruturas pedagógicas, assim como a transdisciplinaridade está se sobrepondo à fragmentação disciplinar. Até quando vamos resistir às mudanças metodológicas e tecnológicas nos processos educativos facilitando as aprendizagens em prejuízo de tantos estudantes brasileiros?

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É indispensável que aceitemos as novas tendências educacionais e, progressivamente, abandonemos os métodos medievais que caracterizam a educação passiva do aluno ouvinte. As metodologias ativas, que facilitam o processo de aprendizagem, independente da modalidade, estão prontas para serem implementadas desde que os retrógrados reguladores de plantão permitam.(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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