ENTRANDO NOS TRILHOS: a volta do bom e velho trem

Temos uma péssima mania de só dar valor a algo ou a alguém quando perdemos. Muitas vezes não é nem por mal, apenas porque temos a sensação de que aquilo nos pertence e, portanto, estará à disposição sempre que precisarmos. Ou porque deixamos de lado, até que aquilo desapareça pela ação do tempo ou do ser humano, mesmo. Um exemplo prático é a malha ferroviária no Brasil, que, parece, está entrando nos trilhos com boas iniciativas.

Símbolo de poder, desenvolvimento e modernidade, os trens garantiram muita riqueza durante décadas. Com o tempo, porém, foram deixados de lado com a chegada do automóvel e a construção desenfreada de rodovias e mais rodovias por todo o País.

Erro estratégico dos governos passados, o tempo mostrou que investir apenas num modal foi importante por um período, mas se transformou em tormento, luta sangrenta por combustíveis (não faz muito tempo que vimos isso), congestionamentos sem fim e um número absurdo de mortes – mais do que numa guerra – todos os anos.

Como no filme “De volta para o futuro”, em que se precisa recorrer ao passado para salvar o futuro, a bola da vez agora é justamente o retorno em massa dos trens de passageiros, mais investimentos para o modal ferroviário e a busca por um transporte mais barato, menos poluente, confortável e eficiente.

Nesta linha, a Câmara Municipal de Jundiaí deu o exemplo há duas semanas com a criação da Frente Parlamentar em Prol do Transporte Ferroviário e pela Preservação da Memória e Patrimônio. A Frentrem, como é chamada, tem participação maciça dos parlamentares – 15 dos 19 vereadores fizeram questão de estar nestes debates. O idealizador da Frente é Edicarlos Vieira, do Vetor Oeste, que pensa nas ações que podem beneficiar a população com relação a transporte público e resgate da memória ferroviária – que tanta história tem em Jundiaí.

Há, também, aceno positivo de entusiastas e especialistas do tema nesta cruzada, como Eusebio Pereira dos Santos, presidente da Associação de Preservação da Memória Histórica da Companhia Paulista, e Gilson Aparecido Pichioli, diretor de Fomento à Indústria da Prefeitura de Jundiaí. Um primeiro passo, segundo o responsável pela Frentrem, é buscar alternativas que garantam a preservação da Estaçãozinha – a primeira estação ferroviária de Jundiaí, que pegou fogo recentemente.

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Transporte de cargas, transporte de passageiros com trem direto de Jundiaí para São Paulo em 25 minutos, terminal intermodal e melhorias estão na pauta da Frente Parlamentar, que também se estenderá para os governos estadual e federal – publicamente declarados favoráveis a investimentos no modal ferroviário diante, principalmente, do caos rodoviário.

Que esta iniciativa siga a estrada do sucesso, desviando da burocracia e de tudo o que nos impede de progredir. Até porque, o tempo não para – como Edicarlos costuma dizer. (Foto: Arquivo Antônio Teixeira de Moraes)


EMERSON LEITE

Formado em Jornalismo pela UniFaccamp; Pós-graduado em Segurança Pública e Cidadania pela Faculdade Anhanguera; Atua na área desde 1995: passou por rádios, jornais impressos, site e desde 2010 trabalha como assessor de imprensa na área política.


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