Vivemos em um mundo hiperconectado, onde tudo está ao alcance de um toque na tela. No entanto, quanto mais estamos conectados, mais nos deparamos com uma realidade inquietante: a solidão e o escapismo digital se tornaram questões centrais da era contemporânea. Para as gerações Z e Alpha, que nasceram imersas nesse universo digital, os desafios são profundos e, ao mesmo tempo, amplamente compartilhados por toda a sociedade.
A professora Paula Sibilia, em seus estudos brilhantes sobre a transformação dos modos de vida na era digital, faz uma observação que ressoa com força: “Vivemos sob uma lógica de visibilidade absoluta, onde aquilo que não é visto, simplesmente não existe”. Esse fenômeno coloca os jovens em uma busca incessante por atenção e validação nas redes sociais, transformando a intimidade em espetáculo, mas também gerando sentimentos de vazio e solidão.
A solidão, entretanto, não surge isolada; ela caminha lado a lado com o escapismo digital. Em sua participação no Café Filosófico, o psiquiatra Rodrigo Menezes destacou uma consequência alarmante dessa hiperconexão: “O cérebro hiperconectado está sempre em busca de estímulos, mas essa sobrecarga de informações leva à ansiedade, ao esgotamento e à sensação de desconexão genuína.” Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que os transtornos de ansiedade cresceram 25% globalmente na última década. No Brasil, 86% dos jovens entre 18 e 24 anos relatam sentir-se pressionados a estar online constantemente.
O impacto disso se estende também ao ambiente corporativo. Para a Geração Z, o trabalho precisa ir além de salários atraentes. Saúde mental, propósito e equilíbrio entre vida pessoal e profissional são prioridades inegociáveis, mas como as empresas podem responder a essas demandas? Com o apagão de mão de obra qualificada se tornando um desafio real, organizações precisam repensar a cultura corporativa e criar ambientes que promovam bem-estar e engajem os talentos.
E agora, como encontramos equilíbrio?
O escapismo digital pode ser uma válvula de escape temporária, mas ele também intensifica o sentimento de solidão em muitos casos. Paula Sibilia nos provoca a refletir sobre os efeitos dessas mudanças: “A digitalização não é neutra; ela molda nossa subjetividade, nossos valores e redefine o que significa estar presente no mundo.” Enfrentar essas questões exige consciência e ações concretas. Para Rodrigo Menezes, “ensinar as novas gerações a desconectar-se conscientemente e valorizar conexões reais é essencial para preservar o bem-estar emocional em um mundo hiperconectado.”
Empresas que desejam atrair e reter a nova geração de profissionais devem priorizar a criação de uma cultura organizacional que seja capaz de atender a essas expectativas. Políticas de uso consciente da tecnologia, espaços para desconexão e ambientes que promovam saúde mental e propósitos coletivos são diferenciais que podem transformar desafios em oportunidades.
A era digital trouxe avanços incríveis, mas nos confronta com questões essenciais sobre a humanidade. Como queremos viver em um mundo onde as fronteiras entre o digital e o real são cada vez mais borradas? Essa reflexão é mais do que necessária: é urgente.

DANY MORAES
Consultora de Projetos de Recursos Humanos e Educação Corporativa. Atua na área de Gente & Gestão há 20 anos, com especializações em Felicidade e Qualidade de Vida no Trabalho, Inteligência Emocional e Líder Coach. Contatos: E-mail: dany.moraes@gmail.com. Instagram: @soudanymoraes. LinkedIn: daniela-moraes-marques.WhatsApp: 11 982659384. Acesse também: @sejaexpandente
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Gente e Gestão é uma expressão que se refere ao conjunto de práticas, políticas e processos relacionados à gestão de pessoas dentro de uma organização, engloba todas as atividades e estratégias voltadas para o desenvolvimento, motivação, engajamento e bem-estar dos colaboradores de uma empresa.
Isso inclui recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento de carreira, avaliação de desempenho, remuneração, benefícios, comunicação interna, cultura organizacional, entre outros aspectos que impactam diretamente o capital humano e o ambiente de trabalho.
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A expressão Gente e Gestão enfatiza a importância das pessoas como um dos principais ativos de uma organização e reconhece que uma gestão eficaz dos recursos humanos é fundamental para o sucesso e sustentabilidade do negócio.
E também ressalta a necessidade de uma abordagem humanizada e centrada nas pessoas na condução das atividades relacionadas à gestão de talentos dentro da empresa e a produtividade sustentável.(Foto: Cottonbro Studio/Pexels)
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