No Cristianismo Deus, o Pai, é uma figura masculina. O filho dele, definido por alguns como homem excelso, porém homem, é Jesus Cristo. Existe ainda o Espírito Santo, formando a Santa Trindade. Temos aí, três figuras masculinas na Espiritualidade ocidental. Mas, cadê a mulher? Quando uma criança se assusta ela procura abrigo na mãe. Na sociedade atual é quase impossível não achar famílias nas quais a mãe é figura provedora, cuidadora e mantenedora, vezes pela falta física do pai e/ou negligência do “pai”. Mas por que perguntar pela mulher? Se existe Deus Pai, onde está Deusa Mãe? Lembrando que Elohim(Deus) é uma palavra que apresenta o plural de Eloha, substantivo feminino.
Definir uma sociedade apenas no âmbito masculino é um erro. No Cristianismo há o respeito na ala protestante pela mãe terrena de Jesus, Maria. Já na ala católica há deleite em sua figura. Já é um começo. Mas, onde está a mãe divina? Qual o papel dela nessa Espiritualidade? O medo de certos homens ao estabelecerem determinados ritos negligenciam a figura feminina, já que a mulher detém o poder criador? Na Idade Média o Cristianismo operado por homens terrenos mandava queimar mulheres por poderes que elas teriam ao curar seus filhos ou quaisquer outras pessoas. Isso seria permitido apenas aos clérigos. Já que era para queimar por possuir poderes de cura ou obscuros, queimassem todas, pois dar a vida é um poder grandioso.
Dentre os apóstolos só homens. O livros apócrifos, considerados obscuros, gnósticos e que traziam imagens destoantes do “ideal” cristão de ser, foram excluídos e negados como verdadeiros nos concílios romanos), traz um Jesus diferente, mais próximo da humanidade, do princípio feminino, da mulher e solícito à existência de uma Mãe divina, ao tratar as mulheres em sua vida com o respeito que o Cristianismo dos séculos posteriores esqueceu. Estamos falando de pouco mais de dois mil anos atrás. Vamos mais longe.
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Assim como as grandes culturas do passado longínquo e os mestres que desde então ensinam, cada um ao seu tempo e ao seu modo, Krishna, Buda, Moisés, Jesus Cristo e tantos outros, contemporâneos ou não, beberemos na mesma fonte, se possível e dentro das limitações, de um conhecimento espiritual mais elevado, que estava no início, não apenas existia, pois para existir algo, deveria não existir antes, mas já estar no âmago, dentro da existência primordial, sem ser definido como uma religião mas sim como o princípio da vida, dos ensinamentos, a origem do que chamamos hoje de religiosidade e espiritualidade. Continua…(cena do filme ‘Auto da Compadecida’)

JOSÉ FELICIO RIBEIRO DE CEZARE
Mestre e doutorando em Ensino e História de Ciências da Terra pelo Instituto de Geociências da Unicamp. Membro da Academia Jundiaiense de Letras. Pesquisador, historiador, professor, filósofo e poeta. Coeditor da Revista literária JLetras. Para saber mais, clique aqui. Redes sociais: @josefelicioribeirodecezare.
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