EM ESTIVA, o reencontro com Dinha…

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Amanheceu em Consolação e o momento de me encontrar com a Dinha chegou. Só para relembrar, em 2018, percorrendo a contramão do Caminho, por duas vezes a encontrei na estrada. A primeira foi no trecho entre Luminosa a Cantagalo. Ela estava a caminho de Aparecida na garupa da moto do seu namorado, Oscar. Eles ficaram intrigados com a direção que eu seguia, pararam e me perguntaram o motivo desta escolha…Foi aí que eles conheceram a minha história com @dog_peregrino. A parte interessante foi que o casal era de Estiva, Minas Gerais, cidade onde eu e o ‘Pepê’, apelido do cão peregrino nos encontramos em 2016 na minha primeira peregrinação.

Eles aproveitaram para perguntar se era possível subir a Luminosa de moto, queriam conhecer os trechos dos peregrinos. A idéia era pernoitar em Aparecida e voltarem só no dia seguinte. A segunda vez que nos encontramos eu e o Pepê já estávamos no trecho entre Paraisópolis e Consolação. O casal novamente parou e neste dia recebi um convite muito intrigante: Valéria, faço muito gosto em receber você e o cãopPeregrino em minha casa, na cidade de Estiva”, disse Dinha. Ela continuou afirmando que nossa história a comoveu muito. “Tê-la em casa seria uma forma de agradecer por tanto carinho pelo Caminho e nossa cidade e também para você contar sua história para minha família pessoalmente”. Eu respondi que iria pensar com carinho, trocamos telefone e seguimos. Esse convite fez minha cabeça pirar de tantos pensamentos, em especial O que eu mais temia: eles conhecerem o dono do cãozinho. Seria uma armadilha para resgatarem o peregrino? Esses dois anos de convivência criaram um laço muito grande entre eu e ele.

Enviei uma mensagem pedindo mais referências sobre ela. Dinha explicou que era professora da rede municipal e conhecida por todos, que eu podia perguntar pra qualquer pessoa sobre ela. Apesar do medo, a curiosidade de receber essa nova história falou mais alto. Eu só saberia se aceitasse. Liguei para ela bem cedinho ainda em Consolação, e mesmo com algumas dúvidas eu disse sim ao convite. Chegando na cidade de Estiva fui recebida no centrinho pela Maria José, irmã da minha anfitriã.

  • A família mora bem pertinho da praça. Já estava escuro quando chegamos e fomos a pé até lá. Naquela noite fomos recebidos com banho quente, quarto com roupa de cama cheirosa, um banquete com direito a uma jornada gastronômica mineira, além de sobremesas, incluindo morangos gigantes direto do sítio do Oscar, o namorado da Dinha, que fica em Tocos do Moji. Aquele dia recebi amor, amizade, cuidado de pessoas generosas que fizeram tudo isso pela simples vontade do coração. E olha que não faltou coração naquela noite. Lá pude contar minha história em especial o Caminho de 2016 e o retorno de 2018, as transformações que minha vida recebeu, as tristezas e dúvidas sobre o meu futuro. De manhã a despedida com vontade de ficar, de voltar. Despedida que a gente não esquece.

VALÉRIA GONÇALVES

É repórter-fotográfica e se descobriu peregrina em 2016Saiba Mais: @dog_peregrino

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