EVA LAVALLIÉRE

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Eva Lavallière, nome artístico de Eugènie Marie Pascaline Fenoglio (1866-1929), a francesa que foi atriz famosa nos palcos de seu país.

Ao nascer, seus pais já tinham um filho e ela não foi desejada. Deixaram-na, até a idade escolar, com uma família de camponeses local. Na idade escolar, entretanto, seus pais a matricularam em uma escola particular de excelente reputação.

Seu pai era depressivo e os filhos viviam sob tensão e amedrontados. Em 1884, após ofensas à sua mãe, o pai a feriu mortalmente e se suicidou. Depois de passarem por algumas casas, fugiram e nunca mais se encontraram. Ela chegou a Paris ainda adolescente. Lá, conquistou a fama pela qual ansiava. Com 25 anos, era uma cantora formidável e sabia encantar o público. Interpretava as principais peças, ganhando muito dinheiro e presentes de admiradores.

De vida desregrada, chegou ao desespero e às portas do suicídio. Em 1917, com 51 anos, assinou um contrato para fazer uma turnê pelos Estados Unidos. Antes de partir, sentiu necessidade de descansar no campo. Retirou-se ao remanso de Touraine, onde conheceu o padre Chesteigner, de quem alugou a casa e que era o pároco do local.

Após várias conversas com Chesteigner, refletiu sobre a vida que levava e mantinha. Fazia o papel de mulher feliz, mas carregava dentro de si tragédias. Leu o livro emprestado, pelo sacerdote, sobre a vida de Santa Maria Madalena. Impressionada, desistiu do teatro, escrevendo a quem com ela convivia: “Custa-me muito escrever esta carta, e mais ainda custa-me enviá-la: nela vai proclamada a minha morte ao teatro. Nunca mais representarei!” Considerou, após seu encontro com o Céu, que os aplausos que ressoavam, enquanto baixava o pano, não era glória, era coisa alguma. Padre Chesteigner a aconselhou que poderia voltar ao teatro, dando testemunho de sua nova dia, mas não quis.

Até os seus últimos dias entregou-se à experiência de Deus através da oração e do serviço aos mais pobres – distribuindo seus bens –e oferecendo a Ele o sacrifício em sua enfermidades. Tornou-se membro da Ordem Franciscana Secular.

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Não ouvira falar dela. Acabo de ler o livro Eva Lavallière, do Padre Oliveiros de Jesus (1921-1990), por recomendação da Comunidade do Carmelo São José. Impressionou-me demais a compreensão de Eva, após anos de vida devassa, acumulando dinheiro e joias, o quanto Deus não se escandaliza com as pessoas e vem ao encontro de cada um, por mais que a imagem e semelhança do Senhor esteja corroída. Escreveu ela: “O inferno reina. Está desencadeado na sociedade e nas almas com força e inteligência horripilantes. Gosto de me sentir débil; Jesus será a minha fortaleza. Cada dia que passa, comprovo mais claramente o meu nada e Ele é tudo. O meu nada, não; disse mal, porque sou miséria, pecado e ingratidão, enquanto Ele é a paciência inesgotável”.

Desceu do resplendor do cenário para se fazer da humildade que atrai o coração do Senhor.

Afirmou o próprio Jesus (Mateus 19, 26), quando seus discípulos lhe perguntaram quem poderia se salvar: “Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível”.

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.

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