Com certeza, algum dia da sua vida você já pensou em como seria bom ficar em casa, só curtindo o sofá, assistindo TV, acessando internet adoidado, fazendo tudo sem pressa, levantando somente quando o corpo quisesse acordar, tomando café da manhã na hora do almoço e almoçando quando desse na telha. Pois bem, esse sonho está sendo realizado agora por milhares de pessoas nesta quarentena, não é mesmo? Mas não acho que essas pessoas isoladas em casa estão felizes. E o motivo é simples: falta liberdade.
Sim, a liberdade de optar em ficar ou não em casa, pois a obrigação de ter de se isolar do mundo faz estragos no psicológico. E é o que muita gente está vivendo hoje, nesta pandemia que parece não ter fim. Essa falta de liberdade vem acompanhada do medo. Medo do desconhecido, medo de perder o controle, medo do futuro. Juro, nunca pensei que viveria momentos tão surreais, dignos de filmes de ficção ou terror. Quando em sã consciência imaginei que algum dia sentiria pavor de sair de casa e encontrar o vizinho? Ou teria pavor deste vizinho chegar perto demais para me cumprimentar? Ou pavor de alguém tocar no meu braço ou espirrar ao meu lado?
Há quem diga que essa pandemia tem um lado bom (?). Está ensinando muita gente a dar valor para a liberdade, para as relações familiares, para o convívio com os amigos e vizinhos, para atos simples como abraçar, beijar, tocar nas mãos do outro. Se isso for realmente verdade, no futuro viveremos num mundo muito melhor, com certeza. Mas teremos de pagar um preço muito alto em vidas para atingirmos esse aprendizado.
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Claro, cada um tem seu próprio modo de enfrentar o desafio da pandemia. Tem gente que não está nem aí, tem gente que ironiza, faz piada, acha que tudo é frescura. Gente que até agora ainda não entendeu a gravidade da situação. Será excesso de otimismo, será alienação, será negação, ou será idiotice mesmo. Não sei… só Freud na causa. O fato é que estamos todos no mesmo mar, mas cada um tem seu jeito próprio de nadar.
Muito ainda deverá ser dito, no futuro, sobre essa pandemia e só o tempo poderá mostrar se realmente essa tragédia vai servir para algo positivo lá na frente, como uma mudança global de consciência, que nos tornem menos prepotentes e mais humanos, como deveríamos ser.(Foto: contosinspirados.blogspot.com)
VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na internet.
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