FRANCISCO e a reação ao abuso sexual

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A reação ao abuso sexual infantojuvenil foi uma das grandes preocupações do Papa Francisco. Sua Carta Apostólica em forma de Motu Próprio, “Vos Estis Lux Mundi” – Documento Pontifício 39 – trata do assunto. Na apresentação encontramos: “Os crimes de abuso sexual ofendem Nosso Senhor, causam danos físicos, psicológicos e espirituais às vítimas e lesam a comunidade de fieis. A fim de que tais fenômenos, em todas as suas formas, não aconteçam mais, é necessária uma conversão contínua e profunda dos corações, atestada por ações concretas e eficazes que envolvam a todos na Igreja, de modo que a santidade pessoal e o empenho moral possam concorrer para fomentar a plena credibilidade do anúncio evangélico e a eficácia da missão da Igreja…”

Nos dia que seguiram à sua partida, muito se falou sobre onde estava o seu coração, mas quase nada a respeito de sua determinação sobre o abuso sexual eclesiástico, que contaminou seminários, sacristias, orfanatos, escolas católicas. Em situações como essas, na minha opinião, comumente há duas pessoas, pelo menos, o que age e o que acoberta. Palavras de Francisco: “Tolerância zero com os abusos contra menores ou pessoas vulneráveis”.

O abuso sexual infantojuvenil me assustou aos 13 anos, quando me tornei voluntária em um orfanato, com o propósito de ajudar as meninas nos deveres de escola. Até aquele período, acreditava que poderia acontecer numa situação em que a criança estivesse sozinha na rua e passasse por um lugar ermo. Jamais imaginaria que ocorresse em maior número dentro de casa e no entorno. Anos mais tarde, no convívio com mulheres em situação de vulnerabilidade social, ao ouvir suas histórias, a maioria fora abusada sexualmente na infância pelo pai, avô, tio, irmão…

Participei de dois seminários on-line com apoio da “Pontificia Comissione Per La Tutela Dei Minori” do Vaticano, sendo uma das palestras com o Cardeal Sean Patrick O’ Malley, na época Arcebispo de Boston e presidente da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores. Deixou claro que a pedofilia na Igreja é a traição por um homem que, para a criança, representava Deus. E a necessidade de levar a sério o relato do menor, cuidar dele e de sua família. Falar menos e escutar mais.

Um dos palestrantes comentou que a pedofilia é um delito contra o 6º Mandamento, mesmo que não tenha contato físico e que o silêncio é conivência e falta de compromisso com o bem.

Essa batalha iniciou-se com São João Paulo II, ao assinar a Convenção dos Direitos da Criança junto à ONU, o Papa Bento XVI deu passos para a reparação e o Papa Francisco estabeleceu os procedimentos, protocolos.

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Do Papa Francisco em 29 de abril de 2022: “O abuso, em todas as suas formas, é inaceitável. O abuso sexual de crianças é particularmente grave porque ofende a vida em seu florescimento. Em vez de florescer, a pessoa abusada é ferida, às vezes de forma indelével.” E em 15/01/2025: “O abuso infantil, de qualquer natureza, é um ato desprezível e atroz. Não é simplesmente um flagelo social e um crime; é uma violação muito grave dos mandamentos de Deus”.

Infelizmente, existem ainda os pedófilos e os ocultadores (graças a Deus, raros) dessa prática abominável. Que em todas as recordações sobre o legado do Papa Francisco, para honrar sua memória,  não falte a Carta Apostólica “Vos Estis Lux Mundi”.(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

É professora e cronista

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