Quando os militares governavam o Brasil e Pelé era unanimidade mundial sobre o melhor jogador do mundo, uma frase deste atleta que conseguia driblar até a bola, chegou a causar polêmica no País. Dita nos tempos em que os militares governavam nosso país, exatamente quando, na década de 1970, estes homens fardados decidiram que o eleitor não votaria mais para cargos executivos – presidente e governadores – o considerado “atleta do século” frisou, com segurança que “brasileiro não sabe votar”!

A frase dita, não depois de uma partida de futebol, mas numa situação difícil para o País, no campo político, dividiu opiniões nos quatro cantos do País e, quem sabe, do Universo. A lembrança de tal frase, perto de 50 anos da comemoração do dia em que foi proferida tem sentido e vale uma reflexão mais profunda: os homens que se consideram políticos e salvadores da Pátria estão em Brasília – alguns poucos dias da semana, diga-se de passagem – para analisar e formalizar uma reforma política neste País sem jeito para políticos, mas com muito jeito para politicagem.

OUTROS ARTIGOS DE NELSON MANZATTO

UM PAÍS DE INDECISOS

DE BOLSOS VAZIOS

TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE

PESQUISA, ORA A PESQUISA…

O DESESPERO DO PRESIDENTE PARA SE MANTER NO CARGO

O FIM DA CLASSE POLÍTICA

O PRESIDENTE SEGUE SOBREVIVENDO NO PODER

O EFEITO VICE

FALTA FORÇA POLÍTICA AO GOVERNO TEMER

DEPOIS DO JULGAMENTO DO TSE, ELEITORES VÃO FUGIR DAS URNAS

UMA TRISTE REPÚBLICA

POR QUE VOCÊ ESQUECEU O POVO?

AS PROFECIAS DE MINHA MÃE E A SITUAÇÃO DO BRASIL

O PMDB FOI, É E SERÁ SEMPRE O MESMO

A frase escrita acima, mesmo com erro de formatação, pois contém duas vezes a palavra “políticos” serve simplesmente para enfatizar que esta classe ainda não sabe fazer o que a palavra diz: política! E a reforma circula por todos os corredores da Praça dos Três Poderes e não se sabe se será concluída até o final do mandato de todos aqueles que querem mudar o que diz a legislação eleitoral e partidária.

VEJA TAMBÉM:

A PROVA DOS NOVE

DOMINADOS POR UM GRANDE GOLPE

QUE PAÍS É ESTE?

COISAS QUE NEM A POLÍTICA ENTENDE

ESPERANDO (HÁ TEMPOS) UMA SOLUÇÃO

O PODER PARA QUEM SE ACHA PODEROSO

AÇÕES QUE NÃO PODEM ESPERAR

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE MICHEL TEMER

DESAFIO DOS PREFEITOS É VENCER A CRISE

LAVA JATO, ESCÂNDALOS, ROUBALHEIRA: HORA DE RECRIAR O PAÍS

A TÃO POLÊMICA REFORMA DA PREVIDÊNCIA E OS TRABALHADORES

VIVA OS PRESOS

Sem analisar este contexto, mas recordando a frase do “atleta do século” – e já estamos no século seguinte… – tiramos da cartola, sem qualquer passe de mágica, o nome de Fernando Collor de Mello, ex-presidente da República do mesmo país de Pelé e agora Senador, desta mesma República que contestou a frase do jogador. Afinal, o brasileiro sabe ou não votar e o que tem Collor a ver com isso poderia questionar o desavisado leitor! E vamos aos finalmente, envolvendo mais homens que se metem a fazer política no Brasil.

No ano de 1992, imagino que 20 anos após a frase do jogador, Fernando Collor renunciou à Presidência da República para fugir ao impeachment, mas perdeu seus direitos políticos por oito anos. E acusação era clara: corrupção! Situação muito parecida como a que vive esta mesma classe de homens da qual Fernando Collor de Mello se mostrou mestre. Nesta semana, juízes e promotores e investigadores e demais envolvidas na Operação Lava Jato, concluíram que Fernando Collor de Mello é, exatos 25 anos depois da acusação anterior, réu, acusado de – pasmem!!! – corrupção!


NELSON MANZATONELSON MANZATTO 
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com