As Frentes Negras de Jundiaí e Região – Olhares e Vozes Antirracistas, Jundiaí Sem Racismo e o Círculo Palmarino – deram a palestra ‘Conhecendo a História’ para os professores da EEPG Cecília Rolemberg, na vila Rio Branco, na manhã de ontem(17). No final do ano passado, uma aluna negra, de 12 anos, teria sido alvo de comentários racistas por parte de uma professora. Ela teria dito que o cabelo encaracolado da criança é feio. A própria estudante gravou um vídeo onde relatou o caso e pediu o fim do preconceito. “Meu cabelo não é feio e bagunçado. Tenho cabelo é crespo e não vou alisá-lo”, desabafou. A partir daí, os ativistas passaram a pressionar a direção da escola e a Secretaria Estadual de Educação. Para os responsáveis pelo Cecília, as Frentes Negras encaminharam uma série de reivindicações através de ofício, entre elas a realização de palestras para o planejamento anual da escola. A advogada da família da criança afirmou, dias depois do ocorrido, que tinha a expectativa de que a Secretaria Estadual de Educação abriria um processo administrativo.
A palestra foi ministrada por Vanderlei Victorino, que foi assessor especial do gabinete prefeito para assuntos de coordenadorias(na gestão Pedro Bigardi). Ele explicou que o evento ocorreu justamente por conta do documento encaminhado à direção da escola. “Fomos convidados para falar sobre a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da História da África e da História Afro-Brasileira na grade curricular. Nosso objetivo foi mostrar para cada professor a importância da lei e como eles podem trabalhar, em suas disciplinas, a educação, ética racial e antirracista em sala de aula. Fomos muito bem recebidos pela direção e pela coordenação pedagógica”, contou. Victorino acredita que novos projetos e ações serão realizadas no Cecília para promoção da igualdade racial.
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O caso envolvendo a professora e a aluno do Cecília ganhou repercussão nacional. Os ativistas das Frentes Negras, ainda no ofício, pediam que a escola se desculpe publicamente. Já advogada Ieda Jesus, que foi vice-presidente da Comissão da Igualdade Racial na empresa OAB Jundiaí, assumiu o caso representando a família da estudante. Ela disse que um boletim de ocorrência de ‘injúria racial’ foi registrado na Polícia Civil na ocasião. Ainda segundo Ieda, a menina e os pais ficaram abalados e buscaram apoio com psicólogo particular. “Eu tomarei as medidas cabíveis. Além da parte criminal existem as medidas civis. Entrarei com pedido de indenização por dano moral. E creio que haverá um processo administrativo por parte da Secretaria Estadual de Educação”, disse Ieda na época. A Secretaria Estadual de Educação foi contatada pelo Jundiaí Agora e até o momento não respondeu.
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