GINGA brasileira

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A humanidade nunca vai acabar. Sobreviver é a nossa essência. Nada na natureza é estranho. Nada é para sempre, mas tudo pode acontecer. Bons caminhos, com mudanças lentas, tudo a seu tempo. No perfil real da ginga brasileira, os detalhes são coisas que estão sempre bem explícitas. Atenção aos sinais sonoros e visuais. Coisas que fazem bem ao corpo e alimentam a alma, com ou sem o benefício da dúvida, para viver e vencer as etapas das utopias atemporais.

Alcançar sucesso e fama neste país não é fácil, ainda mais, sendo afrodescendente e tendo a barreira da cor da pele como um dos primeiros obstáculos para se conseguir notoriedade. Exceção feita aos jogadores de futebol, que por uma questão de talento e sorte, se destacam pela competência e conseguem mesmo aos trancos e barrancos, uma oportunidade. A concorrência para eles também é muito acirrada. Atualmente, com os times se tornando empresas e com a ajuda da mídia e de empresários que investem nessa área, jogadores viraram objeto de troca, mercadoria para compra e venda. Alguns tem carreiras internacionais e tudo de maneira muito rápida, até mesmo o tempo de duração da carreira que não é tão mais intenso.

Vestir a camisa só por obrigação mesmo. Ninguém sua tanto e nem honra a seleção brasileira, com cinco títulos, sendo considerada soberana. A camisa canarinho faz com que os jogadores sejam considerados os melhores. Este adágio está ficando obsoleto e seu estágio na esportividade está cada vez mais enfraquecido. Inclusive, falta respeito e educação para os atletas e todos querem aparecer individualmente. Cometendo os mais diversos tipos de aberrações, dancinhas, passinhos, agarrando-se e fazendo outros gestos, as vezes deseducados e de índole grosseira.

Mas a vida segue e o futebol está cada vez mais, perdendo o status de “esporte do povo”, com uma pretensa elitização e os jogadores se exibindo com roupas de grife, carrões, mansões e namorando modelos e influencers, construindo relacionamentos sem amor e com muito interesse nas oportunidades de se dar bem na vida “custe o que custar” e de qualquer jeito, tipo “fazemos qualquer negócio”. Relacionamentos não muito duradouros e que quase sempre terminam nos tribunais e com muita dor de cabeça. Sem nenhuma ginga…

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Enfim, cada um na sua, mas tudo acontece de acordo com as escolhas, muitas vezes influenciados pelos pais que sonham com um filho famoso e com muito dinheiro na conta bancária. Merecimento mesmo somente, alguns que se destacaram muito e galgaram os mais altos lugares nas classificações e estatísticas de qualidade de profissionalismo com a bola no pé e com muito orgulho por ser brasileiro. Citamos Didi, Garrincha, Vavá, Edu, Coutinho, Leônidas Silva, Duda, Romário, Cafu, Denilson, Jairo Pantera Negra(goleiro do Corinthians), todos com muito destaque e consideração nos meios esportivos. Quanta ginga!

Mas também existem o rei e a rainha: Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, considerado o melhor atleta de todos os tempos e Marta Vieira da Silva, que ganhou mais prêmios que ele. Muito prestigiados, nos enchem de orgulho e satisfação pela representatividade da raça negra, cheia de ginga que nos proporciona uma gratidão imensa por serem negros e nunca terem renegado essa condição. Conservando a humildade e as generosidades que nos engrandecem e por serem reconhecidos mundialmente. Não há necessidade de gastar elogios com os dois. Eles são estelares. Não há palavras suficientemente valorosas à altura da grandiosidade espetacular de Pelé e Marta.(Foto: redes sociais Pelé)

LUIZ ALBERTO CARLOS

Natural de Jundiaí, é poeta e escritor. Contribui literariamente aos jornais e revistas locais. Possui livros publicados e é participante habitual das antologias poéticas da cidade.

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