POMBAGIRA

Quem canta um ponto, nem sempre aumenta um tanto. A alegria contagia, então: A pombagira embaixo de uma figueira, ela sambava em cima de uma fogueira. A pombagira deu uma gargalhada, ela vence os inimigos, nas suas encruzilhadas. Quanto mais se verseja, mais aumenta a vibração e a magia acontece. O ambiente se enche de doçura e perfumes, a gira forma uma coroa de rosas, elegância, charme e sem dúvida o empoderamento feminino, se apresenta. 

Laroyê, pombagira é mojubá! estoura-se um champanhe e os aplausos só fazem coroar, a celebração está dando abertura aos trabalhos, a emoção toma conta e vamos cantando: Vinha caminhando a pé, para ver se encontrava a pombagira cigana de fé. Ela parou e leu minha mão, me disse toda verdade. Saphyra vem do oriente, para orientar minha estrada. Pinheiro do Líbano ou Tamareira, não adianta um sacrifício, se ele não ajudar em nada. Muitas abdicações. Nunca comece um poema com negação. Licença poética, uma situação passageira. Um compêndio de delicadezas. Pelo plasma da conexão cósmica com a ave Mãe Terra. Do lilás mais clarinho ao roxo mais profundo, não devemos permitir que usem nossa razão contra nós mesmos.

Pombagira, pombajira, pambujira, pombujira, pombojira, pombajira ou Inzila. Na mitologia Bantu, é o inquice dos caminhos, encruzilhadas, bifurcações e comunicação. Como guardião das comunidades, tem o assentamento na entrada. A pombagira surgiu no início do século 20, simbolizando uma mulher liberada da submissão imposta ao sexo feminino por uma sociedade machista.

Elemento feminino que trabalha na linha da esquerda e são servidoras das Senhoras, Deusas e Pretas Velhas, mas mantém em seus status a mesma hierarquia que elas, são rainhas, deusas e senhoras, com a mesma qualidade e representatividade ideológica. Companheira, mulher(não esposa) dos Exus, desempenhando quando em sua presença, os papéis esperados da figura feminina no contexto do modelo tradicional das relações de gênero. Sem exagerar na cor. Não são só a frente do seu tempo, são precursoras genuínas de qualquer época, fase ou gerúndio. 

Não há haicais, não há caos, nem os raios caem duas vezes no mesmo lugar. Vamos sair da zona de conforto e enfrentar o nosso mundo exterior. O medo ficará para trás. Elementos lúdicos que trazem alegria, paz e bem estar.

Ângela Maria um dia alertou: cuidado amigo, ela é bonita, ela é mulher. Um mundo de emoções, gentilezas e sensualidade. Foi falado de beleza, delicadeza, glamour, mas não pensem que feminilidade é coisa passiva. Elas não são otárias. Ângela já tinha advertido, cuidado ela é mulher. O que isso quer dizer? Na natureza tudo ou a maior parte é feminino. Terra, mãe, história, memória, Maria Padilha, Maria Molambo, Rosa Caveira, Sete Pedrinhas, Rainha das Sete Encruzilhadas e muitas outras, todas com as mesmas características e qualidades. E existe até uma afirmação definitiva: Metade da população da humanidade é mulher. E a outra metade são os filhos delas.

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Pombagira é uma entidade espiritual da Umbanda e do Candomblé, considerada um Exu feminino e a mensageira entre o mundo dos orixás e a Terra. Ajudam a promover o equilíbrio, mas na divisão do poder, tipo quem manda…rsrs? A frase inicial desse ponto define tudo: A pombagira é a mulher do maioral, a pombagira traz o Exu pra trabalhar…Não preciso dizer mais nada!

LUIZ ALBERTO CARLOS

Natural de Jundiaí, é poeta e escritor. Contribui literariamente aos jornais e revistas locais. Possui livros publicados e é participante habitual das antologias poéticas da cidade.

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