Que mês está sendo este? Quantas coisas acontecendo ao mesmo tempo e quanta coisa importante, que não se consegue valorizar como devia, justamente pela velocidade das informações e pela maneira superficial com que se trata de cada uma delas. Claro está ficando que em momentos pós-modernos a liquidez do tempo provoca exatamente este mal estar, mas as coisas estão acontecendo embaixo de nossos narizes e me deixando mais alucinado do que um goleiro na hora do gol…

Comecemos pelo fato de termos nossa primeira santa, legitimamente brasileira. A quem interessa este fato? Aos católicos, diante de um país de raízes católica, ainda que miscigenado e misturado, sem muita fidelidade a sua crença (pois são católicos que frequentam kardecismo, umbanda, candomblé e igrejas evangélicas) que vivenciam um difícil processo de santificação.

Aqui não cabe avaliar as atitudes papais. Não cabe discutir postulados de líderes religiosos; cabe entender e respeitar a posição por eles desempenhada, neste ato. É o mínimo que se espera de um líder: apontar direções, e isto está posto. Se gostamos dele, se respeitamos, é outro assunto em outra ocasião. Mas ele é o líder do grupo e foi indicado por quem nos representou. Democraticamente, ate que se venha a provar o contrário.

Pois bem, voltemos ao princípio: e quem foi representar o país, na cerimonia de santificação da Santa Dulce dos Pobres? Vamos pular esta parte das observações. E mudar de assunto.

E o óleo no mar. É da Venezuela. Não, é da Colômbia. Não, é dos EUA. Não, é do Brasil. Não, é de Marte. E a fauna e flora marítima está sendo destruída, de maneira irrecuperável, sem que se solucione. A Polícia Federal cobra que o governo sergipano coloque boias para filtrar a água e evitar maiores contaminações…mas quem vai cobrar quem de boias protetoras na costa brasileira, que está tomada de bolhas de óleo, à deriva? Logo estaremos nos perguntando: cadê nossas belas praias?

De repente ouvimos falar que o voleibol masculino brasileiro está disputando um importante campeonato, no Japão, que vale vaga para os Jogos Olímpicos. Pelo horário e pela pouca informação, somente sabemos de alguns pequenos lances, mas, numa etapa se ouviu que vencemos os japoneses por três sets a um e no outro dia, vencemos a difícil Itália, por três sets a zero. Parabéns, rapazes brasileiros, por nos representar com tamanha maestria. Mas parabéns mesmo é pelo fato de vocês jogarem incessantemente numa noite e, logo em seguida, 24 horas depois, retornarem à quadra e jogar, novamente, com igual ou maior desenvoltura, ficando campeões.

Diferente de outras modalidades em que os atletas pagos a ouro só podem jogar de cinco em cinco dias, para se recuperarem. Algo na preparação física precisa ser revisitado e algo no projeto tático precisa ser modernizado. Em relação ao preparo psicológico, já não comento. Ai está a chave de tanta diferença e de tamanha carreira de sucessos do voleibol nacional.

De malas prontas para os Jogos Olímpicos de 2020, nossos atletas continuarão suas trajetórias cumprindo apertadas agendas de campeonatos, por suas equipes nacionais e internacionais e lutarão pelo ouro, no jogo dos Jogos, sem dúvida com os pés nos chão e a cabeça na quadra, bem trabalhada por seus psicólogos e técnicos, sem a empáfia e o descaso com seu país.

Dando outro salto no espaço e tempo, Jundiaí esteve nos noticiários da semana. Jovem negro foi assediado por estar fotografando casas e jardins, no Eloy Chaves. Afim de se protegerem, moradores se comunicam informando que o negro estava na rua tirando fotos. Ninguém perguntou a ele qual a dele nem quem ele era. Só se percebia a negritude do rapaz, que é bastante bem instruído, fala muito bem e faz curso de fotografia, por isso estava a procurar bons espaços.

Mas que colocava em alerta um grupo de brancos bem morados, preconceituosos, segregadores, que não conseguiram se desculpar nem após serem flagrados no erro (ou no vacilo). E, assim, desse jeitinho, caminha essa tal humanidade. Se está mal vestido, cuidado. Se está com algo na mão, cuidado. Se for negro, cuidado. Se for idoso mal vestido, cuidado. Cuidado, cuidado, cuidado. Estamos em tempos de preocupações enormes e descuidos ainda maiores.

Com alguns seres humanos nós nos preocupamos à exaustão, como esses citados acima, mas quando estamos em situações com outros seres humanos de melhores qualidades, nós abrimos o peito e dançamos. É o que acontece em casos jurídicos, em consultas médicas, em atendimentos bancários, em contratações de laudos de engenharia, em revendedoras de carros de alto padrão. Nesses locais vamos desprevenidos porque seremos atendidos por seres humanos cinco estrelas. E o tombo é homérico, porque ser humano é ser humano: aqui, ali e acolá. Não deve ser visto pela posição social nem pela ostentação, mas por outras credenciais tais como moralidade, dignidade, participação social. Acorda pra vida!

Vale lembrar daquilo que pensei em iniciar dizendo: que país é este, tão cheio de vários preconceitos, que tem como padroeira uma santa negra, que recebe reverencias na Umbanda e Candomblé, inclusive, e seus devotos não percebem o quão acolhedora Aparecida é? Do alto de sua santidade Ela deve estar horrorizada com nossa pífia performance cristã, pois estamos saindo pior que artista de comédia mambembe. Perdoe-nos Aparecida, somos podres mesmo.

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Gostaria de trazer a baila um assunto que ninguém comenta: o câncer de mama masculino. Pois é, homem também tem mamas e precisa se auto examinar e prevenir-se de um mal real e cruel. São vários os casos de câncer de mamas masculino e merecem atenção, pela sua existência silenciosa e camuflada pela ignorância. A pequena divulgação ou quase inexistente é fruto de uma sociedade extremamente machista e preconceituosa, mas a Medicina está ai ao nosso alcance de todos os canais de esclarecimentos devem ser usados.

O autoexame é o primeiro passo e uma consulta a clínico geral, de início, deve ser visto como um acompanhamento a um protocolo já existente e já usual para o profissional da Saúde. Tanta ignorância e tanto preconceito podem nos conduzir a becos sem saídas. A prevenção sempre é o melhor caminho, meu caro leitor.


Afonso Antonio Machado é docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology. Aluno da FATI.


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