O guarda-roupa da minha MÃE

GUARDA-ROUPA

No início da minha adolescência, o guarda-roupa da minha mãe era a minha loja preferida por dois motivos: funcionava 24 horas e tudo era de graça (pelo menos pra mim). Quando precisava de uma roupa diferente, para sair com os amigos ou para ir num evento mais elegante, era lá que eu encontrava uma peça diferentona, uma blusa que ninguém da turma conhecia ou um sapato mais adulto. Quantas e quantas vezes eu fucei nos modelitos de mamãe para passear. Décadas depois, agora é o meu guarda-roupa o alvo deste mesmo interesse por parte das minhas filhas. Como se diz por aí “a estória se repete”…

Quem é mãe de menina sabe muito bem o que eu digo, ou melhor, escrevo. Chega uma idade que as mocinhas começam a lotar as agendas com vários compromissos de escola, de amigos, de família. E claro, precisam de variedade. Muitas vezes o convite acontece em cima da hora e aí, onde encontrar uma blusa ou sapato diferente? Lógico, dá uma olhada na gaveta de camisetas da mãe.

Pensei que só eu tinha por hábito fazer essa garimpagem nas roupas maternas, mas percebi que é uma tática comum entre as filhas. Recentemente, recebi uma postagem bem engraçada que ironiza exatamente essa relação. A filha conversa com a mãe dizendo que são amigas, são irmãs, são mulheres enquanto vai coletando blusas e mais blusas do roupeiro materno. Isso me fez ver que eu não fui e nem serei a única a avançar no guarda-roupa da mãe. Afinal, esse é um costume universal.

Muitas vezes, cheguei a usar roupas que minha mãe nem tinha usado ainda. Muita cara de pau da minha parte, reconheço. Mas minha mãe nunca reclamou e até gostava de ver que a roupa dela estava fazendo sucesso entre as minhas amigas. Agora chegou a minha vez de ser fornecedora das peças e faço isso também com o mesmo desprendimento. Afinal, a alegria de uma mãe é ajudar a filha a ser feliz.

OUTROS ARTIGOS DE VÂNIA ROSÃO

MEUS AVÓS DORMEM PROFUNDAMENTE

VIDA OU MORTE NUM MINUTO

SUA EXCELÊNCIA, O CELULAR

Só que vez ou outra já aconteceu do feitiço virar contra o feiticeiro, ou seja, eu que emprestei das filhas. Também não é raro acontecer de, na hora da minha produção para sair, não achar aquela blusa no cabide, nem nas gavetas, nem na lavanderia. Aí me dou conta que aquela blusa foi levada e não voltou mais… Faz parte. Quem é mãe de menina sabe bem o que é isso.(Foto: produto.mercadolivre.com.br)

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES