A ascensão da inteligência artificial (IA) está transformando rapidamente o mundo do trabalho, substituindo muitas tarefas manuais e repetitivas que, por séculos, foram realizadas por humanos. À medida que as máquinas inteligentes assumem um papel cada vez mais predominante nos meios de produção de bens e serviços, surge uma pergunta fundamental: estamos preparados para sermos humanos novamente?
Historicamente, a humanidade sempre buscou maneiras de aumentar a eficiência e reduzir o esforço manual. A Revolução Industrial, por exemplo, marcou uma mudança significativa, onde máquinas começaram a substituir o trabalho humano em grande escala. Hoje, a Revolução da IA promete levar essa substituição a um novo nível, automatizando não apenas tarefas físicas, mas também muitas funções cognitivas.
Com a automação crescente, tarefas que antes eram exclusivas dos humanos estão sendo realizadas por máquinas. Desde a fabricação de produtos até a análise de dados complexos, a IA está mudando a maneira como trabalhamos. Isso levanta uma questão importante: o que faremos com o tempo e a energia liberados por essa automação?
Se as máquinas inteligentes assumirem nossas responsabilidades nos meios de produção, teremos uma oportunidade única de redescobrir nossas características mais humanas. Poderemos dedicar mais tempo e esforço a questões filosóficas, pessoais, artísticas e atléticas. Em vez de nos preocuparmos com a produtividade industrial, podemos explorar nossa capacidade imaginativa e inventiva.
Aristóteles, um dos grandes filósofos da antiguidade, defendia que a busca pelo conhecimento e pela contemplação filosófica era a mais alta forma de atividade humana. Com menos pressão para realizar tarefas mundanas, podemos nos dedicar mais à reflexão profunda e à busca pelo sentido da vida. A IA pode nos libertar para explorar questões existenciais que nos definem como seres humanos.
Além disso, a arte e a criatividade podem florescer em um mundo onde as necessidades básicas são atendidas por máquinas. Podemos investir mais tempo em expressões artísticas, música, literatura e outras formas de criação que enriquecem nossa cultura e nossa alma. A arte tem o poder de conectar as pessoas, expressar emoções complexas e inspirar mudanças sociais.
No entanto, essa transição não será fácil. Precisamos estar dispostos a apostar em nossa capacidade imaginativa e inventiva. Devemos desenvolver habilidades que as máquinas não podem replicar, como empatia, ética, julgamento crítico e criatividade. A educação e o desenvolvimento pessoal devem ser adaptados para preparar as futuras gerações para um mundo onde o valor humano está em nossas capacidades únicas e inimitáveis.
Michel Foucault, em suas reflexões sobre a modernidade, argumentou que as tecnologias e as estruturas de poder moldam nossa identidade e nossas relações sociais. À medida que a IA se torna parte integrante de nossas vidas, devemos questionar como queremos que essa tecnologia redefina o que significa ser humano. Será que podemos usar a IA para nos libertar das limitações do trabalho árduo e nos permitir um renascimento cultural e filosófico?
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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL FASCINA…
A resposta a essa pergunta depende de nossa disposição para abraçar essa transformação e explorar novos horizontes. Estamos preparados para sermos humanos novamente? Se estivermos, poderemos criar um futuro no qual a tecnologia não apenas facilita nossas vidas, mas também nos enriquece de maneiras que nunca imaginamos.(Foto: cena do filme ‘Ex Machina’)

ELTON MONTEIRO
É empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA. Mais de 20 anos experiência em tecnologia e inovação.
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