O ex-presidente Fernando Collor de Mello está preso desde a última sexta-feira(25). A ordem foi do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o início do cumprimento da condenação a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um dos processos da Operação Lava Jato. Em 2023, Collor foi condenado pelo STF. Conforme a condenação, o ex-presidente e ex-senador, como antigo dirigente do PTB, foi responsável por indicações políticas para a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, e recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas em contratos da empresa.

Segundo a denúncia, os crimes ocorreram entre 2010 e 2014. Ao determinar a prisão, Moraes entendeu que os recursos da defesa de Collor para derrubar a condenação são protelatórios para evitar a condenação. Em nota à imprensa, a defesa de Collor disse que recebeu a decisão sobre a prisão com “surpresa e preocupação”. Na campanha presidencial de 1989, ele esteve em Jundiaí e fez comício no Bolão. Em 1992, depois de denúncias de corrupção, a população da cidade aderiu ao movimento dos caras-pintadas e foi às ruas para pedir o impeachment do então presidente.

Quem diria que o ‘caçador de marajás’ iria em cana? Marajás, segundo o próprio Collor, eram funcionários públicos que não trabalhavam e ganhavam fortunas. No ano em que foi eleito, a novela ‘O Salvador da Pátria’ era exibida pela Globo. Collor também recebeu este apelido. Na disputa pela presidência da República, ele enfrentou Ulysses Guimarães (PMDB), Aureliano Chaves (PFL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola (PDT), Mário Covas (PSDB), Paulo Maluf (PDS), Roberto Freire (PCB), Guilherme Afif Domingos (PL) e Ronaldo Caiado (PSD). Candidato pelo PRN, Fernando Collor de Mello enfrentou Lula no segundo turno. Antes vieram os debates e o segundo teve a famigerada edição que os petistas reclamam até hoje. As edições foram exibidas nos jornais da emissora, criticados. Collor havia sido beneficiado. A Globo afirma hoje que “o episódio provocou um inequívoco dano à imagem da Globo. Por isso, hoje, a emissora adota como norma não editar debates políticos; eles devem ser vistos na íntegra e ao vivo”.

Muita gente votou em Collor porque ele era jovem, bonito, “caçador de marajás” ou “salvador da pátria”. Ele tinha 40 anos e bateu Lula nas urnas que não eram eletrônicas. Presidente, Collor logo de cara deu uma pancada no país todo: o plano econômico criado por Zélia Cardoso de Mello confiscou as poupanças. Em meio ao desespero de quem tinha dinheiro depositado e não podia usá-lo, Fernando aparecia na televisão correndo, pilotando jet-ski. Naquela época, os brasileiros não estavam acostumados às estratégias dos marqueteiros…

Mas os escândalos de corrupção não tardaram a surgir. A entrevista que o irmão do presidente, Pedro Collor, deu à revista Veja(acima), foi o início do fim. Ele contou tim-tim por tim-tim o envolvimento do chefe do Executivo com PC Farias que fugiu do país e depois acabou sendo encontrado morto.

Foi neste momento que a população brasileira, inclusive em Jundiaí, começou a se mobilizar e pedir o impeachment de Fernando Collor de Mello.

Jovens iam para as ruas, com os rostos pintados de verde e amarelo e gritavam palavras de ordem pela saída do presidente. Por aqui houve até enterro simbólico dele…

Percebendo que perdera o apoio popular, Collor fez um pronunciamento em rede nacional. Nele disse “não me deixem só. Eu preciso de vocês”.

O Congresso iniciou o processo de impeachment. Collor renunciou antes da conclusão das investigações, em 29 de dezembro de 1992. O vice Itamar Franco assumiu.(Com informações da Agência Brasil)
VEJA TAMBÉM
PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES