No dia 21 de maio de 2014, o Maxi Shopping Jundiaí sofreu um grande incêndio. Três anos depois não há nenhum sinal daquela noite, quando o fogo atingiu várias lojas. Na Justiça, porém, vários processos tramitam silenciosamente. Neles há trocas de acusações e pedidos de indenizações por parte de comerciantes que tiveram prejuízos e suas seguradoras.
Numa rápida busca na internet é possível encontrar pelo menos quatro ações originadas pelo incêndio. Uma delas é movida pela Sole e Mare Comércio de Vestuário. O valor da causa é de quase R$ 897 mil. Os ‘demandados’, como afirma o processo são o shopping, a loja Centauro e as respectivas seguradoras.
Segundo Alexandre Barros Castro, advogado da Sole e Mare, “ao que consta o incêndio iniciou-se na loja da Centauro, que estariaa trancada, o que teria levado a brigada de incêndio a perder tempo buscando a chave. Também existem comentários de que as saídas de água da Centauro estariam obstruídas com caixas armazenadas. Ao que parece, a brigada de incêndio não estaria capacitada para combater o fogo, pois apesar do mesmo se iniciar na parte elétrica, teriam combatido o foco com água e não com o pó químico/espuma, que seria o apropriado”.
Nesta ação, todos os envolvidos já se pronunciaram. “Estamos aguardando a realização de perícia técnica para apurar as responsabilidades. Certamente as questões, ainda sob a forma de boatos, serão esclarecidas. Mas por hora ainda não podemos afirmar o que de fato ocorreu”, disse o advogado.
No dia 13 de fevereiro deste ano, em um processo onde constam os nomes da PPK Serviços de Recreação Infantil, que seria proprietária do parque de diversão, e a Centauro, a Imprensa Oficial do Estado afirma que “a prova pericial não é a direta, a recair no local do incêndio, mas sim a indireta, a decorrer dos exames dos laudos possíveis, inclusive os elaborados pelo Corpo de Bombeiros quando do atendimento da ocorrência”. Isto porque, prossegue o texto, o local não foi preservado para a perícia. Para isto, foi nomeado o engenheiro Fábio Fernandes. Neste processo, o Maxi Shopping e a Royal Seguros são chamados de ‘réus’ e foi determinado que as duas empresas arcassem com os custos do perito.
Há também a briga judicial entre o shopping e a SBF Comércio de Produtos Esportivos, dona da Centauro. “Ambas atribuem à outra a culpa pelo incêndio. Cada uma entende ser da outra a responsabilidade pelo ocorrido”, afirma nota publica na Imprensa Oficial em sete de julho do ano passado. Neste processo não constam os valores que cada empresa deseja que a outra pague para as respectivas seguradoras. Em outro processo, entre a SBF e a Sul América, que seria a seguradora do Maxi Shopping, a primeira afirma que o incêndio teve como causa o próprio shopping, responsável pelo bom funcionamento dos sistemas de incêndio.
Por último há o caso da loja ‘Poderoso Timão’ que foi despejada do Maxi Shopping por não pagar o aluguel. O responsável pelo estabelecimento disseram que a administração do Maxi determinou que as lojas reabrissem no dia seguinte ao incêndio. “Diante dos prejuízos, disse que teve de escolher entre reabrir ou pagar o aluguel, optando pela primeira hipótese, mesmo tendo danos materiais e os lucros acabaram”. A Justiça concordou com o shopping e condenou o comerciante a deixar o local e pagar os alugueis vencidos.
Maxi – A assessoria de imprensa do Maxi Shopping informou que a direção não irá se pronunciar sobre estes processos. Depois do incêndio, o local passou por várias vistorias. Já no dia seguinte, parte das lojas receberam permissão para reabrir. Quando o fogo começou havia 30 funcionários da limpeza trabalhando. Todos foram retirados em segurança.
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