Segundo informações do Relatório Digital 2024, o brasileiro ocupa a segunda posição no ranking dos usuários que mais tempo passam na internet, mantendo-se conectado por pelo menos nove horas diárias. Só perdemos para a população da África do Sul. O relatório também revela que para as mídias sociais o brasileiro dedica mais de três horas diárias do tempo, e grande parte deste tempo, com certeza, reúne conteúdos de influenciadores, blogueiros, comentaristas de toda a sorte de assunto aconselhando, orientando, sugerindo e, as vezes, até ordenando que o internauta faça assim ou faça assado, que siga por este ou aquele caminho, que invista neste ou naquele negócio, que use este ou aquele acessório, que fale ou vista-se desta ou daquela maneira. São verdadeiros donos da verdade querendo pautar a vida do cidadão, ou melhor, a sua vida.
Já quero deixar claro que não sou contra a internet, muito pelo contrário, a web é fantástica e trouxe um avanço enorme na comunicação entre as pessoas, agilizando procedimentos e ações em todos os níveis e setores da economia. Imaginem a indústria sem as ferramentas da internet para fomentar a produção e a medicina sem os sistemas delicados e sofisticados aplicados nos procedimentos cirúrgicos, que tantas vidas estão salvando nas últimas décadas. Estes são apenas dois exemplos de milhares de outros que surgiram graças aos avanços tecnológicos que o universo da informática proporcionou e proporciona cotidianamente. Incluo aí o WhatsApp: quem hoje em dia vive sem ele?
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Mas o que me espanta neste universo on-line é o crescimento do número de pessoas que se intitulam “influencer” e passam a agir como conhecedores supremos de tudo e todos e, por isso, acham que têm o direito de apontarem como as pessoas devem viver suas vidas. Estes sábios cibernéticos ditam como os internautas devem ser vestir, devem comer, devem caminhar, devem dizer, devem acreditar, devem sonhar…
Esses donos da verdade, a meu ver, estão tolhendo as ações individuais das pessoas e criando um grupo que segue apenas uma linha de pensamento, ou seja, deles próprios. E se você não aderir é cancelado. Externar uma opinião é uma coisa, mas querer que todos tenham a mesma opinião que a sua é chatice. E que mundo chato estão criando…(Foto: George Milton/Pexels)
VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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