Impossível acreditar, mas estamos no segundo semestre de 2024 e, confesso, nem vi o tempo passar. Tempo das festas juninas e, para os católicos, tempo de saudar os três santos mais famosos desta época: Santo Antônio, São João e São Pedro. O primeiro, claro, sempre teve um brilho maior por ser considerado o “casamenteiro” do trio. Mas, nos tempos atuais, Santo Antônio perdeu a fama e foi substituído pelos sites de relacionamento, como o Tinder, por exemplo.
A época das festas juninas era o ponto alto do ano na minha infância. Só perdia para o Natal. Começava o mês e a agenda ficava lotada de quermesses nas igrejas dos bairros, quermesses nas escolas e também tinham as festanças nas casas, chácaras e sítios dos parentes. Sempre tinha uma fogueira, muitas bandeirinhas de papel colorido, quentão e vinho quente à vontade. E uma farta mesa de quitutes engordativos, reunindo paçoca, amendoim, bolo de milho, pipoca, canjica, arroz doce, tudo muito light, claro.
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Lembro quando criança que toda a festa junina tinha um sanfoneiro. Engraçado, muita gente naquela época aprendia a tocar sanfona. Pena que hoje e dia esse instrumento ficou um pouco relegado e mesmo nas poucas festas juninas que são realizadas atualmente, não vemos mais o sanfoneiro tocando as velhas e tradicionais canções para animar a quadrilha, que começava com a simulação de um casamento e terminava numa dança repleta de voltas e rodopios. Hoje a palavra “quadrilha” ganhou outro significado bem menos nobre…
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O que eu mais gostava, no mês de junho, eram as simpatias casamenteiras, todas com evocação a Santo Antônio. Quem tem mais de 40 anos, com certeza, já fez algumas destas simpatias. Era cada coisa esdrúxula, como cravar uma faca no tronco de uma bananeira, à meia noite, para saber a inicial do nome do futuro marido. Ou colocar uma clara de ovo num copo com água, na expectativa de surgir um esboço de véu de noiva para indicar matrimônio. Essa era a minha favorita. Coincidência ou não, comecei a namorar exatamente num longínquo 13 de junho, exatamente dia de Santo Antônio. Entretanto, o tempo passa tão rápido e atualmente essas tradições juninas estão um tanto esquecidas. São poucas as festas e quermesses organizadas por aqui. No interior do Brasil, entretanto, as festas juninas ainda continuam fortes, mas também perderam um pouco do romantismo de antigamente. A culinária junina atual se restringe mais aos doces que encontramos nos supermercados. O bolo de milho e o curau feitos pelas vovós foram derrotados pela praticidade das paçocas de rolo e doce de leite industrializados. Pena que Santo Antônio não tenha a mesma credibilidade de outrora, já que vem sofrendo concorrência direta das mídias sociais. Foi vencido pela Internet.(Foto: Pikist)

VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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