Investigadora aposentada lançará livro com histórias da DDM

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Rosita Lopes Veras de Carvalho(53), foi investigadora da Polícia Civil de Jundiaí por 25 anos. Durante todo este tempo trabalhou na Delegacia de Defesa da Mulher(DDM). Milhares de histórias registradas em boletins de ocorrência – algumas trágicas, outras com finais felizes – passaram por suas mãos. As que mais marcaram a investigadora foram reunidas e se transformaram em livro que será lançado no próximo dia 8(ilustração ao lado). A entrevista com Rosita:

Quanto tempo você foi investigadora de polícia? Como foi a experiência na DDM?

Entrei na polícia já trabalhando na DDM. Depois de um ano passei a chefiar a delegacia e lá fiquei até me aposentar. Na DDM foi necessário um longo tempo até entender que nem todas as vítimas denunciariam seus algozes por vários motivos: medo, insegurança, questões financeiras ou até mesmo por insistirem  no resgate do relacionamento, por mais tóxico que ele fosse. Busca-se a conscientizaçãode várias formas como palestras, propagandas. É preciso alertar as vítimas da importância de denunciar. Porém, diante da aplicação “falha” das nossas leis, é fácil entender o anonimato das mulheres agredidas. A gente prendia hoje e amanhã ele estava na rua, potencialmente mais agressivo. O respeito em relação às decisões de vítimas que por outras questões não denunciavam, também foi difícil, mas fundamental.

Qual o caso que você atendeu que não sai da sua cabeça apesar dos anos?

Um caso me fez pensar na aposentadoria e de fato me tocou a ponto de deprimir… Uma mulher decidida e com sede de vida saiu em busca de liberdade do péssimo relacionamento que vivia. Encontrou emprego, creche para os filhos, acreditava que era capaz e realmente era. Nós prendemos o marido em flagrante na penúltima agressão. Na manhã seguinte, livre depois da audiência de custódia, desobedeceu a ordem judicial que o proibia de aproximar-se dela e a matou com três tiros. A Polícia Militar chegou a ser acionada por vizinhos mas não chegou a tempo. A sensação de impotência bateu à minha porta por várias vezes, mas essa fatalidade foi decisiva para minha aposentadoria…

Existiram momentos em que teve vontade de fazer justiça com as próprias mãos?

A vontade de fazer justiça com as próprias mãos existe e sempre existirá. É clichê dizer que um crime não se resolve com outro, mas é o ponto de equilíbrio.

Você testemunhou muitos finais felizes para as vítimas?

Testemunhei vários finais felizes. Alguns relacionamentos resgatados, e sim… isso é possível. Alguns por conta de separações consensuais, quando até mesmo o agressor entendia a patologia da relação e outros porque as vítimas resignificaram suas existências e saíram vitoriosas.

Por que decidiu escrever um livro para contar o cotidiano da DDM de Jundiaí? Quantas crônicas fazem parte da obra?

O propósito do livro é mostrar, mais que o cotidiano policial, que dentro de cada um existem limites que aprisionam e libertam. Viver é saber administrá-los. A obra tem 40 casos concisos, de leitura rápida…

Quando e onde será o lançamento? Como os interessados podem fazer para comprar o livro?

O lançamento será no dia 8 de novembro, às 20 horas, no Villa Pizza Bar. Depois, os livros serão vendidos em plataformas virtuais.

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