Enquanto Jarinu e Atibaia trabalham para revitalizar a cultura do morango, Jundiaí – cuja produção da fruta tinha destaque nacional e até uma festa era realizada a cada dois anos – por enquanto não tem planos neste sentido.
As cidades vizinhas trabalham para trazer novas tecnologias e abrir outros mercados para um produto diferenciado. Em Jundiaí, a volta da Festa do Morango (foto acima da abertura do evento de 2011), evento parecido com a Festa da Uva, é um sonho distante.
Acompanhe a entrevista com o gestor de Agronegócios, Abastecimento e Turismo da Prefeitura de Jundiaí, Eduardo Alvarez:
Quanto morango já chegou a ser plantado aqui?
Mais de 70 hectares, sendo que o maior produtor de Jundiaí foi José Jacob Carbonari, junto com seu irmão Waldemar Carbonari.
E agora?
Atualmente ainda há alguns agricultores que plantam o morango, mas o número não é significativo. Próximo a 1 hectare.
Jundiaí chegou a ser chamada, num determinado período, de terra da uva e do morango. Para a imagem da cidade não houve uma perda muito grande quando deixamos de ser a terra do morango?
O morango era cultivado em áreas que vão desde a Rodovia Anhanguera até a divisa de Itupeva, onde temos hoje o Parque Industrial de Jundiaí, o Jardim Novo Horizonte (Varjão), passando por parte da Fazenda Grande. O cultivo era feito, em sua maioria, por famílias japonesas. A cidade tinha esse reconhecimento de Terra da Uva Niagara e do Morango, mesmo não sendo a maior produtora de morango. Na região, as maiores produtoras são Jarinu e Atibaia.
Economicamente, o morango era importante para a cidade?
Sim, claro, foi muito importante. Tanto foi que surgiram três indústrias de polpa de morango, dos Irmãos De Marchi, do Jacob e Waldemar Carbonari e uma outra localizada no Bairro Jacaré/Cabreúva.
Existem números em R$?
Não temos estes dados, mas é uma das culturas mais cara para sua implantação até o final da cultura. É também uma cultura que emprega muita mão de obra. É uma cultura de agricultura familiar, como ocorre no Estado de Minas Gerais (Sul de Minas). O morango é plantado, em sua maioria, em pequenas cultivos e praticamente todos os cultivos são de Agricultura Familiar.
Onde nosso morango era vendido?
CEAGESP, CEASA Campinas, Belo Horizonte em Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro.
Era exportado também?
Como fruto in natura não…
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Por que os agricultores perderam o interesse no morango?
Alguns fatores podem explicar esse fenômeno: a falta de áreas disponíveis em Jundiaí, por ser uma cultura que não se pode plantar no mesmo local (necessário fazer rotação de cultura e voltar à ser plantado novamente após cinco anos); falta de mão de obra no setor agrícola (sempre foi escasso em todo o Brasil e Jundiaí não é diferente até nos dias de hoje); o crescimento do setor imobiliário também contribuiu com o fim do plantio do morango.
Existe algum projeto para revitalizar a cultura em Jundiaí?
No momento não há nenhum projeto nesse sentido. Portanto, não há justificativa para realização da Festa do Morango.