Uma vida de emoções, memórias muito intensas e a coisa sigilosa de defender a liberdade do meu povo. Qualquer homem sente esta necessidade. Deixar um legado aberto para a humanidade, falando de muitas coisas, vários fatos, durante as jornadas. Resistir e reexistir fazem parte do diálogo do meu ambiente com o meio-ambiente, de maneira prática, positiva, pragmática. Aquela coisa do que quem viveu verá! Distante do isolamento social ou qualquer outra alternativa dos que tentam desviar as atenções dos acontecimentos e trocá-las por falsas evidências. Para mudarem o curso da história.
A parte importante do reconhecimento da diversidade, dignidade e dos direitos humanos dos negros. Num mecanismo de transformação das consciências. Moral e caráter corretos. O mérito devido da negra herança. A vida dá voltas e o passado sempre retorna. O orgulho negro do legado negado. Também somos filhos de Deus. O que é nosso ninguém tira, no zelo de nós favorecermos nos cuidados mais simples com nossos descendentes, mutuamente pela pura cordialidade e a vontade de colaborar, pelo prazer de ajudar o próximo.
O bairro do Anhangabaú nunca teve nem foi “de favelas”, nem comunidade, porque as casas não eram ‘parelhadas’, muito raramente geminadas. Quando duas famílias aparentadas se avizinhavam era uma parede e meia. No máximo, se é que agrupadas nas proximidades, não necessariamente vizinhos. A primeira favela nessa região foi a Vila Ana que teve visibilidade a partir dos anos 1980, até cometerem um eufemismo chamando-a de ‘Favela Urbana’.
Outras famílias muito simples se juntaram em várias pequenas casas que até poderiam ser considerados como cortiços. Mas isso a literatura de Aluísio de Azevedo escreveu a respeito. Habitação coletiva de pessoas pobres, porém, honestos. Num contexto histórico, gente humilde… Garoto. Sem nunca esquecer da poética. Tudo que eu não quero é ter incertezas críticas.
Vamos falar das estrelas que brilharam num tempo de glórias e que deixaram um grande legado. Nelson Prudêncio(foto) um dos protagonistas dos Jogos Olímpicos no México em 1968, no salto triplo medalha de prata e a de bronze em 1972, em Munique. Morou no Anhangabaú na rua Carlos Sales Block quase esquina com avenida Pedro I, em frente a praça Dulce Mathion. Treinava no Bolão no início da carreia.
Nelson Machado e João Machado Filho, irmãos foram estudantes do IEE Jundiaí, praticavam vôlei nas quadras da escola e no Bolão também. Eles se destacaram nos Jogos Abertos do Interior pela Seleção de Jundiaí. Eram parceiros e amigos do mestre Hélio José Maffia que também jogava na seleção e foi padrinho de casamento do Nelsão. A irmã deles Maria Aparecida, a ‘Tica’, também brilhou na seleção de vôlei feminina. Moravam na rua Dr. Francisco Pereira de Castro nas proximidades do Senai. A mãe deles d. Antônieta Ferreira Machado, trabalhou muito tempo no Hospital do Sesi, demolido depois, foi cozinheira das delegações jundiaienses nos Jogos Abertos.
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Nas ruas Barão de Teffé e Sebastião Mendes Silva, moravam meu pai, Vail Carlos, conhecido como Neno e meu tio, Arlindo Pereira, conhecido como “choque”, porque trabalhava na Light. Meu pai era formado em Eletrotécnica e exercia o trabalho de eletricista na Cia. Paulista. Foi ferroviário. Muito populares no bairro, foram responsáveis pela parte elétrica nas instalações do Hospital e Maternidade Jundiaí, com o Dr. Zuchim como coordenador. O hospital também demolido. Funcionava na avenida Jundiai onde hoje tem um terreno cercado, porém vazio. Ambos também colaboraram com o Anhangabaú Esporte Clube, quando ainda não tinha sede própria e as reuniões eram num bar na rua Barão de Teffé ao lado do Açougue do Carlito.
Meu pai era cronometrista e auxiliava nos jogos que o time do Anhangabaú participava juntamente com meu tio José Carlos Medeiros, citado no primeiro episódio, que entre outras coisas também foi juiz de futebol de salão.
Mensagens necessárias para evoluir no tempo e sair do cativeiro social de viver compactuando com um sistema recriminatório e discriminativo. Pulso negro, orgulho, legado e raça, resgate da verdade.
LUIZ ALBERTO CARLOS
Natural de Jundiaí, é poeta e escritor. Contribui literariamente aos jornais e revistas locais. Possui livros publicados e é participante habitual das antologias poéticas da cidade.
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