Em nosso tempo, chamemos de contemporâneo, ou cronologicamente atribuirmos como “os últimos anos”, temos vivido algo maravilhoso que é a facilidade de nos expressarmos. Expressão de forma livre, sem filtros, como que um direito de mostrar nossa roupagem, ou a ausência dela, a nudez dos pensamentos, das ideias, assim, despreocupados. Liberdade de expressão! Essa é a tese. É um tanto diferente, por exemplo, de uma ditadura já ocorrida. Não a vivi, muito ouvi falar através de diálogos com experientes e, também, pôde ser objeto de estudos nessa jornada da Filosofia. Ocorre que, dentro dessa maravilha, de expressar-se com facilidade, temos tido habilidade de estragar e depreciar essa joia. E como?
Nossa liberdade de expressão, de alcance da informação e ágil, também nos limita em certa medida. Basta avaliarmos o quanto de gentileza e de ‘charabirá’ existente, quando nos contrariamos ao nos relacionarmos. Somos tão livres assim? Somos se, em grande parte, permearmos o diálogo num percurso alinhado, compactuando da mesma opinião. Ele flui. Mas, e quando somos contrariados, neste jogo expositivo de nós mesmos? E se as opiniões se convergem? Ai parou, tem de apertar o botão stop. Não é possível, numa parte significativa das comunicações, ao invés de saborearmos o tempero de construir algo, aprender… Não, vira sinônimo de guerra, dissintonia, uma competição. Ou me enganei?
Pensemos na rede social. Quantas vezes nos deparamos, com uma exposição específica, desejada, via imagem, registro, texto, vídeo, momento e, na aventura do diálogo digital verossímil, há o bonitinho, que julga o outro ser ‘feinho’. O bonitinho e o feinho não se aceitam, não comungam. É preto ou branco, um com razão e outro sem. Não existe gradiente, o que me parece problema.
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Não faço apologia de contradição o tempo todo, como que rebeldia. Não. Mas, a hipótese da aceitação, de tecer algo em dois ou mais, avaliar as possibilidades, importar o outro para si, e ver no que dá, se existe ângulos de se ver as coisas, expandindo o próprio, individual. Tenha um ótimo dia.

DIOGO GOMES RIZZI
Administrador, filósofo, especialista em negociação. Experiente em gestão de negócios no Brasil, América Latina e Central, Europa e Ásia. Estudioso e apreciador da literatura.
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