
Malcolm Montgomery, que anos atrás ganhou notoriedade por ser o médico de várias famosas, ter uma banda, fazer shows e escrever livros, estudou na Faculdade de Medicina de Jundiaí(FMJ) no início da década de 1970. Ainda no primeiro ano, começou a dar aulas de biologia e química no Colégio Divino Salvador. Naqueles anos distantes, Malcom – conhecido como Dr. MM – fez serenatas para as paqueras, ia à lanchonete Mirim Dog e não deixava de frequentar a Festa da Uva. O Jundiaí Agora entrevistou Malcolm, que também é obstetra, faz implantes hormonais, palestras sobre saúde feminina e, sexualidade. Confira:
Por que o senhor veio estudar na FMJ e acabou lecionando no Divino?
Prestei vários vestibulares em 1971. Não passei na USP. Mas fui aprovado na faculdade do ABC, Santos e Jundiaí. Visitei as três e me senti muito bem na FMJ, além de ter gostado da cidade. Foi paixão. Pensei: ‘quero ficar aqui’. No ano seguinte comecei o curso de medicina na FMJ. Outra coisa que me fez optar por ela é que a turma era de 60 alunos. Nas outras, as classes tinham 100, 120 estudantes. Eu achava que o ensino seria melhor com menos pessoas nas classes. Na época já tinha ouvido falar de Jundiaí. Quando vim para conhecer a FMJ, fiquei com uma impressão muito boa da cidade.

Malcolm, então o senhor morou em Jundiaí?
Sim, por seis anos, numa república que tinha cinco amigos. Sempre tive muita sorte na vida. Tive bons pais, bons irmãos. Escolhi a ginecologia e obstetrícia e tive sucesso na carreira. Mas nada se compara aos seis anos que estudei na FMJ. Fico até emocionado de lembrar daquele período. Eu não tinha grandes responsabilidades. Comecei a dar aulas no Divino porque queria ter uma certa independência da minha família, que já pagava meus estudos. Lecionava das 7 às 9 horas. Depois ia para a faculdade. Voltava para o Divino às 19h30 e ficava até as 23 horas. Na república, eu era o único que trabalhava. Também tirei plantão no Hospital São Vicente. Lembro de um acidente grave envolvendo uma Kombi. Dez, onze pessoas se feriram. O Pronto Socorro ficou tomado por sangue…

E como foi morar em Jundiaí? Ia aos barzinhos? A Jundiaí do começo da década de 1970 tinha muitas baladas?
Não, não tinha baladas. Jundiaí era uma cidade pequena. Eu nunca frequentei bares. Tenho 75 anos e nunca bebi. Por isso, eu era o amigo que resolvia os problemas dos outros quando eles bebiam. Era eu quem dirigia. Naqueles anos frequentei muito o Mirim Dog, a Trattoria Passarin e também o Haiti, que ia de vez em quando. Este restaurante era mais caro e eu era um duro. Também fui a várias edições da Festa da Uva. Achava um evento legal e gostava muito de ir ao Parque da Uva naquelas ocasiões. Eu e meus amigos costumávamos fazer serenatas para as meninas. Eu sempre toquei, tenho banda. Então, pegávamos um violão e íamos para a frente das casas delas.
Os vizinhos não reclamavam? Lembra de alguma garota para quem cantou?
Não, os vizinhos não reclamavam. Nunca esqueci da Jussara. Não lembro o sobrenome. Morava numa casa pequena. Ela era muito legal…
Voltando à FMJ…
Eu fui presidente do Diretório Acadêmico. Na minha gestão, com ajuda do Ricardo Bento, da USP, fundei a Atlética da faculdade.
O que achou do curso da Faculdade de Medicina de Jundiaí, Malcolm?
Foi excelente. A FMJ tinha belíssimos professores. Foi um privilégio ter aulas com eles. Todos tinham empatia com os alunos. Lembro do dr. Paulo Branco, da disciplina de Cirurgia. Ele tinha como o assistente o dr. Ananias. Tinha o dr. Álvaro Bastos, que deu aulas de Cirurgia também. Já o professor Bassila, que lecionava Bioquímica, era muito bravo.

E como as aulas no Divino surgiram?
Comecei a lecionar logo no primeiro ano de faculdade. Mas eu tinha um problema: sempre aparentei menos idade do que tenho. Era um horror. Eu parecia mais novo do que os alunos. Deixei a barba crescer naquela época e a uso até hoje. Tudo para parecer um pouco mais velho. Dei aulas durante os seis anos da FMJ. Só parei na residência médica. O Divino Salvador tinha como diretor o padre Olivo Binotto…

Macolm, você chegou a dar aula para a Paula(foto ao lado), que viria se tornar uma das maiores jogadoras de basquete do mundo?
Lembro quando o padre Olivo trouxe a Paula para estudar e treinar no Divino. Ela era bem novinha. Não tenho certeza se dei aula para ela. Mas lembro que eu ficava no ginásio vendo-a treinar. Ela era muito focada. Eu ficava com um amigo observando os treinos dela. Também via muito o Geraldo e o Marcel, que assim como a Paula jogavam basquete.
O senhor já voltou a Jundiaí? Revisitou a faculdade e o Divino?
Não revisitei o Divino. Mas, vez por outra vou a Jundiaí. Há uns 20 anos apresentei o espetáculo ‘Mulher, suas Dores e seus Amores’, no Polytheama. Estava lotado. Também já toquei na FMJ e participei de um podcast de ex-alunos recentemente. Quanto a Jundiaí, vejo que é uma cidade muito boa, limpa e organizada. Dia 28 de novembro provavelmente voltarei a Jundiaí para a festa dos 50 anos de formatura de colegas queridos.
Malcolm, se tivesse de fazer faculdade de medicina novamente, faria na FMJ?
Sim, sem nenhuma dúvida. E se pudesse voltar no tempo também daria aulas no Divino…
VEJA TAMBÉM
PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES











