Cheirinho de Natal! Hora de dar um ROLÊ no centro do passado!

rolê

Todo mês de dezembro, o comércio de Jundiaí fica com as portas abertas até mais tarde. As lojas do Centro e dos bairros funcionam até as 22 horas. Se você tem menos de 40 anos precisa de alguns avisos antes de seguir em frente para ver as fotos e suas legendas: 1º) Houve uma época que Jundiaí não tinha shopping. 2º) O centro da cidade, mais especificamente as ruas Barão e Rosário, eram os ‘points’ para comerciantes e consumidores. 3º) Os adolescentes da periferia se viravam para chegar ao centro. Iam de ‘latão'(ônibus) ou a pé, com os amigos. 4º) Não tinha quem não esperasse a chegada de dezembro para poder passear, paquerar e fazer compras nas lojas abertas até às 22 horas. Eram outros tempos. A maioria ia para o centro para ver as vitrinas, passar ‘trocentas’ vezes na frente de uma loja e trocar olhares com o(a) vendedor(a). Também havia quem tinha dinheiro para gastar e que comprava presentes numa época de inflação galopante! Então, vamos dar um rolê pelo centro de uma Jundiaí que não existe mais, com os enfeites iluminados, que davam um ar ainda mais interiorano à rua Barão e à rua do Rosário. Aliás, rolê, uma gíria jurássica, quer dizer passear(foto principal).

Para começar, quem podia ia ao banco para tirar dinheiro. Não havia caixa eletrônico. Para fazer o saque tinha que ficar na fila e ser atendido – pasmem – por outro ser humano(que saudade!). Desta forma antiquada se retirava dinheiro da conta. O banco da foto acima é o Nacional, que patrocinava Ayrton Senna. Ficava na rua Barão, na altura da Caixa.

Com dinheiro na mão, quem podia ia para as lojas. E o centro tinha lojas que vendiam produtos de qualidade. Eletrodomésticos e roupas que duravam anos, décadas. Acima dá para ver as Lojas Magalhães, na Barão, que em dezembro exibia um Papai Noel sanfonado. Algumas crianças adoravam. Outras tinham medo.

Já que se falou em produtos de qualidade, o Rei das Roupas Feitas, na Barão, era nota 10. Os preços não tinham nada de populares. Mas cada centavo gasto ali valia a pena.

Para quem gostava de decoração refinada para a casa, a Casa Oliveira tinha de tudo e não cobrava barato não. Quem entrou uma vez não esquece. Era linda, refinada. Dava medo até de respirar. As mães sempre alertavam os filhos pequenos na porta: “não coloca a mão para não quebrar nada. Nem olhe para as coisas”. Também ficava na Barão, pertinho da igreja(que na época ainda era Matriz).

Queria comprar um LP, um compacto duplo ou simples? Ou uma fita cassete? A Casa Carlos Gomes, na Barão, era um dos locais preferidos pelos que gostavam de música nas décadas de 70, 80 e 90. Também tinha o Credi Curadinho, na Galeria Bocchino e o Som Charle, na rua do Rosário. Não dá para esquecer que estas lojas ficavam entupidas de gente nesta época do ano. Os fãs de Roberto Carlos faziam fila para comprar o disco novo dele, que chegava sempre em dezembro. Era o presente preferido da maioria das mamães e vovós…

Alguns pais eram espertinhos. Iam para as compras de Natal e aproveitavam para adiantar o expediente adquirindo o material escolar dos filhos na Santa Terezinha, na rua do Rosário. Deve ter gente que faz isto até hoje, não é?

E por falar em crianças, a Casa de Brinquedos Bolinha era o sonho de consumo de todas. Ficava na rua Barão de Jundiaí também. Os pais mais espertos nem levavam os filhos nesta loja…

Compras feitas? Que tal pegar um cinema? O centro tinha três: duas salas do Ipiranga, na Barão e uma, na Rosário, o Marabá. O primeiro virou loja. O segundo, estacionamento.

O rolê continua. Fim de filme e o saco de pipoca não tirou a fome. Havia duas opções deliciosas no centro. O Formigão ficava na rua Siqueira de Morais. Quem resistia aos bolos e doces feitos aí? A gente babava só de olhar os brigadeiros em exposição…

Também tinha a Paulicéa, lanchonete e restaurante. Comida da boa. Lanches deliciosos. E para quem não queria comer, um cafezinho e muita conversa no calçadão. A Paulicéa era a ‘boca maldita’ de Jundiaí. Ali, as pessoas se encontravam e falavam sobre tudo e todos.

Anoitece e o centro vai ganhando cara de Natal. A igreja, cheia de luzes, dava um tom especial para quem estava comprando ou passeando. Havia algo no ar que deixava aquelas noites mais bonitas, mais românticas…

Rolê chegando ao fim. As torres da Cica não eram no centro. Mas não dava para deixar de passar pela frente da fábrica e se deslumbrar com as luzes. Não custava nada, depois do rolê no centro, ir até o Vianelo para ver as lâmpadas coloridas e toda a alegria que transmitiam. Talvez uma passagem a mais de ônibus ou um pouco mais de sola de sapato! Eram Natais mais simples. Mais ingênuos. Mas que deixaram uma saudade que até dói…(fotos do acervo do professor Maurício Ferreira/Sebo Jundiaí)


PARA MAIS JUNDIAÍ DE ANTIGAMENTE CLIQUE AQUI


VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES