MAPAS da minha infância

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Minha família foi a base para tudo o que fiz e para o que ainda farei. Hoje, focarei na mamã, dona Nympha. Eu estudava em escola comum com o apoio da professora de braile, dona Vera. Mamãe me levava para escola e para as aulas com dona vera. Ela aprendeu Braille para me ajudar. Ela transcrevia os textos e tarefas da escola. Papai e tio Ico viajavam bastante, despertando minha curiosidade pela Geografia. Cadê os mapas? Não havia materiais adaptados. Mamãe de nome mitológico foi à luta. Uniu o conhecimento de professora ao aprendizado da vovó Paulina.

Lembro-me de um mapa da região de Jundiaí. Uma diferença de textura e iniciais me indicavam as cidades vizinhas. Eram 11. Itupeva estava sozinha a oeste. Pude ‘ver’ o rio Jundiaí e seu afluente, o Guapeva, traçados por linha de costura sobre a cartolina. Eu adorava aquela pontinha do Estado de São Paulo.

Os materiais eram variados. Grãos de arroz e feijão, pedaços de feltro, lã, isopor, tudo valia. Representavam montanhas, planícies, planaltos. Minha mãe ficava elétrica. Transformava a ansiedade em movimento e atitude. Fossem símbolos matemáticos, textos ou figuras ela os tornava visíveis às minhas mãos.

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Entre os mapas houve um que ficou na história. Era tão grande que teve de ser feito em duas partes. O continente americano não cabia. Eu toquei a Península Ibérica, a Bota (Itália), a Mãozinha (Grécia). Anos mais tarde quando li sobre Tróia sabia onde era. Mais tarde ainda, quando viajei a Paris com Claudia, sabia onde estávamos.

Mamãe não gosta muito de seu nome mas temos de admitir: assim como enfeitaram e transformaram os bosques mitológicos da Antiga Grécia, uma certa Nympha alargou meus horizontes até mundos que sua luz me permitiu ver.(Foto: Aksonsat Uanthoeng/Pexels)

JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA

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