A empresária Marly Caldas foi candidata à Prefeitura de Várzea Paulista em 2020, pelo PT. Ficou em quarto lugar na disputa, com 2.857 votos. Nas eleições deste ano, ela é pré-candidata deputada estadual mais uma vez pelo Partido dos Trabalhadores. Segundo ela, a pré-candidatura foi um pedido pessoal do ex-presidente Lula, que concorre à Presidência da República. Ela acredita que conquistará o voto “dos que querem participar de um projeto de mudanças para reconstruir o país e desenvolver a região de Jundiaí”. A entrevista com Marly:
Em 2020, você foi candidata a prefeita de Várzea. Conseguiu quase 3 mil votos, praticamente o dobro do vereador mais votado naquela eleição, Dr. Eliseu. Não seria mais prudente esperar dois anos e candidatar-se a vereadora?
Disputar ou não a eleição não se trata de projeto pessoal. Fui candidata a prefeita em 2020 porque um coletivo político achou que seria interessante ter uma pessoa para fazer o debate e defesa das pautas sociais da esquerda. Hoje sou candidata a deputada estadual da mesma forma. Um grupo de lideranças de várias cidades reconhecem a importância de ter uma deputada que possa representar a região junto aos governos Federal e Estadual e tem o pedido pessoal do presidente Lula para que eu seja candidata por considerar fundamental o aumento da participação das mulheres nos processos eleitorais e aumentar a representatividade feminina na Assembleia.
Quantos votos são necessários para eleger deputada?
Na última eleição de 2018 foram necessários mais de 65 mil votos. E era um cenário completamente diferente, com ataques ao PT. Para este ano, considerando a força do presidente Lula, a liderança nas pesquisas, o desempenho do ex ministro da educação professor Haddad, acredito que nessa onda de favoritismo do PT, poderemos eleger deputados com menos votos. E vamos trabalhar muito para me eleger.
Marly, você está fazendo campanha só em Várzea ou na região toda?
Vamos buscar votos no Estado inteiro, priorizando a minha cidade Várzea Paulista e a Região Metropolitana de Jundiaí(RMJ). Considerado que temos um colégio eleitoral de quase 1 milhão de eleitores, é importantíssimo para a região eleger seus representantes para atuar junto com o presidente Lula e com o futuro governador, Fernando Haddad.
Qual deverá ser o perfil do seu eleitor já que você sempre faz questão de enfatizar que é mulher, negra, veio de família pobre e tornou-se empresária de sucesso?
Não é questão de enfatizar. Esta é a minha história. Sou baiana, mulher, negra, mãe, contadora, empresária e tenho muito orgulho e reafirmo que esta é minha trajetória. Creio que meios eleitores serão aquele que querem participar de um projeto de mudanças para reconstruir o país e desenvolver a Região Metropolitana de Jundiaí com mais justiça e igualdade. Gostaria de contar muito com os votos das mulheres.
Você está fazendo dobradinha com outros candidatos do PT, Marly?
Sim, estamos fazendo dobradas, é necessário ter essas dobradas. Estamos dobrando com vários candidatos e em várias regiões com destaque para o deputado Arlindo Chinaglia, duas vezes presidente da Câmara Federal, único deputado que acompanhou o presidente Lula na sua viagem a Europa. Chinaglia é médico e certamente será uma das pessoas mais importante na equipe do presidente Lula para governar o país. Outra dobrada importante é com o vereador da capital , o vereador Alfredinho que tem um trabalho incrível na periferia e regiões mais pobres de São Paulo. Não poderia faltar minhas dobradas com mulheres especialmente com Juliana Cardoso, também vereadora em São Paul. Ela foi candidata a deputada federal em 2018 com quase 60 mil votos, é indígena e tem um trabalho muito importante em defesa das mulheres, contra o racismo, pela cultura e aqui na região. Tenho dobrada com outra mulher de luta, guerreira, integrante do diretório nacional do PT, a Mariana Janeiro.
Quais as principais reivindicações de Jundiaí e região?
Jundiaí acabou de se tornar uma região metropolitana e tem gigantescos problemas urbanos que precisam de soluções compartilhadas e integradas entre todos os municípios vizinhos. Meu mandato estará a serviço para encontrar essas soluções. Dedicar atenção especial a reestruturação do Sistema de Saúde na região, Segurança, Mobilidade Urbana, Resíduos Sólidos, sempre buscando parceria e consórcios entre os municípios e secretarias do Estado com soluções compartilhadas e integradas.
Se for eleita, Marly, quais as principais frentes de trabalho que colocará em prática na Assembleia Legislativa?
Minha atuação estará em cima de três pilares. O primeiro é a Região Metropolitana de Jundiaí. O segundo, a Macrorregião da Mantiqueira composta por 38 municípios. Esta região tem uma característica especial, o rico patrimônio ambiental. É nela que fica o maior sistema produtor de água do mundo, o Sistema Cantareira. Em terceiro lugar, a minha segunda mãe, a terra que me abraçou e me acolheu, Várzea Paulista. A cidade cresceu muito assim como os problemas. O número de quartos hospitalares que vamos precisar em 2030 temos que buscar hoje. Os empregos que a cidade vai precisar em 2030 devem ser pensados hoje. Eu quero aproveitar a oportunidade histórica que nós temos, com o presidente Lula e o governador Haddad para trazer recursos, emendas para a gente começar a construir hoje a cidade que nós desejamos para daqui oito anos.
Quando o PT definirá os nomes de quem vai concorrer?
O PT sendo um dos partidos mais importantes do país já fez seus encontros estaduais e já definiu seus candidatos a Presidente, Governadores, Senadores e Deputados Federais e Estaduais na maioria dos estados. Em São Paulo já temos a lista oficial homologada no encontro estadual realizado no dia 2 de julho último. Portanto, o nosso time já está definido!
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