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MEDALHAS e Olimpíadas

medalhas

Nestas últimas semanas os meios de comunicação apresentaram o tempo todo as Olimpíadas de Paris em todas as suas variáveis, com destaque, evidentemente, para o desempenho dos brasileiros nesta competição de nível mundial considerada a mais importante dentre todas incluindo campeonatos mundiais. Talvez o futebol e alguns esportes específicos consigam alcançar maior expressão em suas próprias disputas por títulos, mas, inegavelmente, para o mundo esportivo em toda a sua amplitude e modalidades não há competição mais importante, afinal a medalha olímpica tem um peso extremamente significativo e incomparável.

O Brasil, como tem sido costume desde sempre, tem apenas um papel de coadjuvante com algumas medalhas pontuais, às vezes surpreendentes. Mas não conseguimos um resultado expressivo que nos coloque no patamar de nação olímpica, no máximo alcançamos uma posição intermediária. Neste ponto convém esclarecer que sou um entusiasta do esporte e sempre busquei, dentro das minhas limitações, apoiar e incentivar atletas e esportistas das mais diversas modalidades, em especial o atletismo. Alguns fatores explicam o sucesso de alguns poucos e o fracasso da maioria. Não temos uma política nacional de formação de atletas, assim ficamos restritos aos que os desenvolvem em projetos específicos, muitos com resultados excelentes, mas sem a abrangência que nos tornaria mundialmente competitivos.

Para isto tenho uma visão absolutamente particular que me parece, no entanto, bastante consistente: teimamos em enviar grandes equipes que, se forem bem-sucedidas, nos trarão apenas uma medalha e negligenciamos esportes que geram muitas medalhas. Um exemplo claro: o futebol, com 18 atletas, ou o vôlei com 12, só conseguiriam uma medalha cada. A ginástica, no entanto, conseguiu quatro só com a Rebeca Andrade. Imaginem quantas medalhas teríamos também com sólidas equipes de atletismo, natação ou judô?

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Iniciação, estímulos, professores, técnicos, competições, equipamentos e locais, no mínimo, fazem parte de uma boa política pública que revele talentos e dê a eles condição de evoluírem aos níveis desejados. Um projeto para muitos anos cujos resultados podem ser observados nos países que adotam estas práticas. Não adianta muito pensar apenas em “projetos sociais” cuja função principal nem é a de revelar bons atletas. Ou temos um projeto olímpico com todo o investimento necessário ou vamos continuar como coadjuvantes vendo outras nações aparentemente com menor potencial à nossa frente no quadro de medalhas.

De positivo o show de imagens e a cobertura de quase todos os esportes, muitos dos quais só nos inteiramos neste período e que nos prenderam nas transmissões mesmo com a insistência de alguns narradores em descreverem aos gritos as imagens como se não as estivéssemos vendo. Felizmente sempre se pode retirar o som.(Foto: Divulgação/Terra)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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