Há um consenso sobre questões ambientais que perpassa todos os segmentos de qualquer estrutura social, sobretudo depois que as tragédias anunciadas como a do Rio Grande do Sul provocaram estragos de tal ordem que não podem ser ignoradas por quem quer que seja. Desse modo aparecem projetos com as mais diferentes propostas para evitar que tragédias evitáveis venham a ocorrer. Não é mais possível acreditar que a natureza é inesgotável e podemos dela usufrurir de forma inconsequente.
Neste cenário, com toda a sua diversidade, há um ponto em comum que não se discute: qualquer mudança na percepção das pessoas, consideradas em toda amplitude social, cultural ou econômica, passa, necessariamente, por bons projetos educacionais, preferencialmente que cubram todo o espectro escolar. Simplificando: é mais fácil produzir uma consciência ambiental nas crianças do que reeducar os adultos.
Algumas entidades preparam eventos sobre economia circular, que preveem a ruptura da sequência linear da cadeia produtiva com o reaproveitamento máximo dos insumos em todas as etapas de qualquer atividade, e eventos sobre economia verde, com forte apelo ao respeito do meio ambiente. Em todos eles se pode observar que o componente educacional não só está presente, mas é condição fundamental para o sucesso de qualquer empreitada. Esta interdisciplinaridade dos projetos é cada vez mais consistente uma vez que sem isso as perspectivas, como evidenciado em inúmeros trabalhos e pesquisas, não se concretizarão ou não produzirão os efeitos desejados.
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Mesmo a produção de materiais didáticos dentro desta proposta carece de um projeto educacional com metodologias que possibilitem a efetiva participação de todos os atores envolvidos. A simples oferta de conteúdos, o que tem sido feito há tempos pela escola tradicional, não consegue atingir seus objetivos nem provocar as mudanças necessárias. A consciência, ao que tudo indica, se dá, sobretudo, pela prática assim, não basta informar. A interatividade é fundamental e os novos projetos educacionais incluem o desenvolvimento das chamadas “habilidades verdes”(green skills) cada vez mais valorizadas tanto no mundo produtivo como nos programas sócio-políticos. A formação desde sempre de cidadãos com conhecimento das ações e comportamentos de preservação do meio ambiente que possam praticar e planejar um futuro com o menor impacto ambiental possível e sustentável para muitas gerações é absolutamente imperativo.
Educar desde o princípio é o único caminho sempre com muita clareza de que informação não é conhecimento.(Foto: Prefeitura de Jundiaí)
FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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