Os mais observadores já perceberam que o ex-prefeito, ex-deputado estadual e federal Miguel Haddad está aparecendo mais em eventos e nas redes sociais. Seria um sinal de que ele será pré-candidato nas eleições de 2022? Como todo bom tucano, Miguel fica em cima do muro e mantém o mistério. Não confirma. Mas também não nega. Enquanto não se define, Haddad segue, até março, como suplente na Câmara dos Deputados. Leia a entrevista:
O senhor é pré-candidato do PSDB nas eleições do próximo ano?
As definições das candidaturas ocorrerão daqui a alguns meses. Vamos aguardar as prévias dos pré-candidatos ao governo para então definir as demais candidaturas.
Se for a deputado estadual, quais projetos pretende defender na Alesp?
Com certeza há, na Assembleia, muito o que fazer por nossa região e pelo interior paulista, a verdadeira locomotiva do desenvolvimento nacional. Vivemos um momento de grandes e rápidas transformações. O Estado de São Paulo precisa estar preparado para acompanhar, na linha de frente, a rapidez dessas mudanças.
Miguel, e se o senhor for pré-candidato a deputado federal?
A natureza da tarefa é a mesma e a direção do trabalho será, consequentemente, igual, embora em outro plano, já que as decisões na Câmara estão ligadas, em sua maior parte, às questões nacionais.
Aliás, por falar em Câmaras dos Deputados, contando o mandato e mais o período que atua como suplente, vem conseguindo fazer tudo o que queria?
Os fatos falam por si: encaminhamos mais de R$ 40 milhões para o antigo Aglomerado Urbano de Jundiaí, hoje Região Metropolitana, em especial para a saúde e infraestrutura. Também apresentamos projetos de importância nacional, como o que está tramitando e prevê o embargo de áreas naturais queimadas para que elas não sejam utilizadas para outra finalidade que não a recuperação integral do espaço atingido pelo fogo ou desmatamento. Além disso, e talvez mais importante, procurei votar, nas decisões dos grandes temas, do lado certo, levando em conta a prioridade do interesse do povo brasileiro.
O senhor não se reelegeu em 2018. Desde então vem trabalhando junto ao PSDB das cidades vizinhas. Pelas suas andanças, quais as prioridades de Jundiaí e região que os atuais parlamentares estaduais e federais não observaram até o momento?
Na área federal, as necessidades da região não têm sido observadas e atendidas pelo fato de não termos representantes na Câmara. No âmbito estadual contamos com o entusiasmo do governador João Doria em relação ao desenvolvimento do interior paulista, o que nos tem permitido beneficiar de forma geral, e também local, a nossa região. É preciso ter claro que Jundiaí e região estão na linha de frente do desenvolvimento de São Paulo e do Brasil.
Nas últimas eleições o senhor foi uma das vítimas da ‘onda bolsonarista’. Teve pouco mais de 86 mil votos e não se elegeu. Acredita que este fenômeno já passou, Miguel?
Cada eleição tem as suas características. Talvez a próxima eleição reflita um novo momento e novas pautas por parte do eleitorado.
Depois de 2018, o senhor acredita que o eleitor de Jundiaí estará mais antenado e escolherá candidatos daqui ou ainda dará muitos votos para pessoas que nada tem a ver com a nossa região?
Na medida em que a população entender a necessidade de avançar e melhorar de vida, garantindo assim um futuro melhor para seus filhos e netos, o critério para a escolha de seus representantes refletirá esse posicionamento, e os candidatos que reunirem mais credenciais nesse sentido – portanto, aqui, aqueles que se destacam pelo trabalho realizado por Jundiaí e região – seriam os escolhidos.
Miguel, se for candidato, o que fará de diferente para não perder votos para os ‘estrangeiros’?
O meu compromisso é com Jundiaí e região. Se for candidato apresentarei minhas propostas e renovarei o meu compromisso de trabalhar defendendo os interesses locais, como sempre fiz e sempre cumpri. No plano federal, defendendo prioritariamente os interesses nacionais, de maneira igual.
O presidente Bolsonaro está despencando nas pesquisas de opinião pública. Se continuar assim até as eleições, pensa que o desempenho ruim do governo dele levará o eleitor a procurar candidatos mais ao centro, como o PSDB?
As pesquisas apontam que boa parte do eleitorado busca por novas opções. O resultado de 2022 vai depender da cidadania, do seu entendimento da necessidade de melhorar de vida e de assegurar um futuro melhor para seus filhos e netos. Muitas vezes somos levados na política a tomar decisões com alma de torcedor, no calor do momento, e o resultado dessa insensatez é sempre o conflito, o “nós e eles”, quando na realidade precisamos de união e de trabalho, de lideranças que de fato põem a mão na massa e produzem resultados concretos, que contribuem para a melhoria da vida de todos e nos permitem ver que um futuro melhor é possível.
FAOUAZ TAHA ESTÁ À DISPOSIÇÃO DO PSDB. MAS SEM PERDER O FOCO NO MANDATO DE VEREADOR
DEFENSOR DO TRATAMENTO PRECOCE PARA COVID, DR. PACHECO É PRÉ-CANDIDATO
DE DIREITA E CONSERVADOR. MAS SEM RADICALISMO. ALBINO SERÁ PRÉ-CANDIDATO A DEPUTADO
TAMBÉM CONSERVADOR, SILAS FEITOSA QUER A CÂMARA, EM BRASÍLIA
Na avaliação do senhor, este fator também pode levar ao ressurgimento de Lula e de grandes votações de candidatos da esquerda?
As pesquisas apontam que, por enquanto, essa parece ser a posição da maioria do eleitorado. Todavia é muito cedo para chegarmos a conclusões definitivas.
O senhor é lembrado como um dos grandes prefeitos que Jundiaí teve. Tem ambição de, um dia, voltar ao Executivo?
Poder trabalhar pela melhoria de vida das pessoas é, eu diria, quase uma dádiva. Me lembro da alegria das pessoas quando você entrega as chaves de sua casa, isso é a realização de um sonho. Ver esse contentamento como resultado de um trabalho que contou com sua participação é especial, não há prêmio maior. É um prêmio para toda vida. Ser prefeito de uma cidade como Jundiaí é uma honra. E assim deve ser visto. Fui prefeito por três mandatos. Sou grato por esse reconhecimento.(Entrevista originalmente publicada em 19/9/21)
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