No balanço de 2017, o deputado federal Miguel Haddad tem um arrependimento: “não ter alertado com mais vigor a população brasileira sobre o triste papel do PT, que vê apenas o seu interesse partidário, sem se importar com a situação do povo brasileiro”. Sobre reeleição, o ex-prefeito de Jundiaí é cauteloso. “Depende de quem votou em mim”. A entrevista completa com Miguel Haddad:
Como foi 2017 para o senhor? Foi um ano bom politicamente ou não?
A herança das administrações petistas quase destruiu o Brasil. Ao saírem, deixaram 14 milhões de desempregados, desindustrialização nacional – um legado de gerações – aumento da inflação, PIB negativo, entre tantas outras mazelas. Estávamos à beira do abismo. No ano de 2017 conseguimos dar a volta nessa situação. A inflação nunca foi tão baixa; o último trimestre pesquisado pelo IBGE mostra, em comparação com o trimestre equivalente do ano passado, um aumento de 1,4%, o que possibilita imaginar que neste ano poderemos ter um PIB entre 3,5% e 4%, índice muito próximo do que é necessário para um desenvolvimento continuado e recuperação do emprego. Além disso, as investigações continuaram, apesar da tentativa de desmoralizar os processos feitos pelos que estão sendo investigados. O que temos a lamentar é o fato de que o PT, ao invés de colaborar para a aprovação das medidas que impediram o Brasil de cair no abismo, foi e é o principal adversário dessas medidas. Colocou o Brasil de joelhos e agora faz de tudo para impedir que o País se levante.
Quais suas principais vitórias?
Este ano aprovamos reformas importantes para a retomada do crescimento e o desenvolvimento do País, como a reforma trabalhista, que desde que passou a valer, em novembro, iria gerar mais de 1,5 milhão de novos postos de trabalho em um curto espaço de tempo. Também aprovamos outras medidas, como a reforma do ensino médio, que agora permite ao aluno a escolha da área de conhecimento que deseja estudar. Com isso, o ensino aproximará a escola da realidade dos estudantes, de suas vocações e de seus interesses. Para a nossa região, comemoramos o fato de mais de R$ 28 milhões em emendas indicadas desde 2015. O Hospital São Vicente, por exemplo, recebeu o repasse de R$ 1,5 milhão para a compra de equipamentos e aguarda outros R$ 5 milhões já empenhados.
E as principais derrotas?
O abusivo fundo partidário, de R$ 1,7 bilhão para financiamento de campanhas dos partidos, acabou sendo aprovado. Votei contra a proposta na comissão e posteriormente no plenário. É um absurdo usar recursos públicos para financiamento de campanhas enquanto a saúde e a educação padecem com falta de verbas. Em relação à denúncia contra o presidente Michel Temer, também fui voto vencido. Eu votei, nas duas oportunidades, pelo prosseguimento da denúncia e afastamento do presidente durante as investigações. Neste momento da vida nacional temos de agir sem interesses pessoais ou partidários. Temos de agir em defesa do interesse do povo brasileiro. Já defini minha posição em um compromisso público: quem é delatado, deve ser investigado. Quem for réu, deve ir a julgamento. Quem for condenado, deve cumprir pena. Independente do partido, do cargo que ocupar ou de qualquer outro interesse partidário.
O que se arrepende de ter feito? E de não ter feito?
Um arrependimento é não ter alertado com mais vigor a população brasileira sobre o triste papel do PT, que vê apenas o seu interesse partidário, sem se importar com a situação do povo brasileiro. Vemos hoje os petistas usando a situação nacional, como se não estivéssemos assim por causa da irresponsabilidade das administrações petistas, para tentar voltar ao poder, como salvadores da pátria.
– O que planeja para 2018? Acredita na reeleição?
Fui eleito para representar os eleitores. É preciso ver, com aqueles que nos acompanharam, se fiz um bom trabalho e se ele deve continuar.
– Além do senhor, Jundiaí e região deverão eleger mais deputados federais e estaduais na sua visão? Quantos?
Não tenho estes dados.
Como o senhor analisa o Legislativo de Jundiaí neste ano? Foi coerente? Omisso?
O Legislativo é uma caixa de ressonância. É na Câmara que ecoam os debates que estão em curso na população. A Câmara cumpriu – e está cumprindo agora – esse papel.
Acredita que as eleições de 2018 afetarão o ritmo das Câmaras Municipais?
As eleições do ano que vem vão definir o futuro do Brasil. Poucas vezes tivemos momentos eleitorais tão importantes como esse. Os vereadores vão ter de se desdobrar para cumprir o duplo dever de participar, como lideranças políticas, desse processo e, ao mesmo tempo, manter o ritmo de funcionamento do legislativo municipal.
Como viu o trabalho da nova administração municipal de Jundiaí?
A atual administração tem o mesmo problema da administração nacional. Encontrou as finanças desequilibradas e está tentando consertar esse rombo.
O que espera do Executivo de Jundiaí para 2018?
A recuperação do equilíbrio fiscal é o ponto mais importante. O rombo sucateia os serviços e impede a realização de obras novas. Não podemos cair no risco, fruto da irresponsabilidade, de aumentar ainda mais o endividamento do município.
Por conta da campanha, o senhor ficará mais em Jundiaí no próximo ano?
Não acredito.
Qual será a saída do PSDB para as eleições presidenciais?
O que disse acima: defender o que é do interesse do povo brasileiro. Nosso País é impressionante: em um ano, estava praticamente falido, numa situação que poderia facilmente chegar ao que vemos no estado do Rio de Janeiro hoje. No outro, conseguimos deixar o abismo para trás e vislumbramos a volta do crescimento. O Brasil não precisa e salvadores da pátria nem de mágica para se tornar um país avançado. Precisa de trabalho sério, continuado, competente, sem falsas promessas.
OS POLÍTICOS DE JUNDIAÍ EM 2017
CRISTIANO LOPES SE ARREPENDE DE NÃO TER DISPUTADO A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
PARA VEREADOR ARNALDO, 2017 FOI UM ANO DIFÍCIL, PORÉM, GRATIFICANTE
ALBINO PODE SER CANDIDATO A DEPUTADO
VEREADOR DO PHS CONTINUARÁ COBRANDO OBRAS PARA O IVOTURUCAIA
Como o senhor vê as possíveis candidaturas de Lula e Bolsonaro?
São candidaturas dos extremos, apoiadas por aqueles que querem um salvador da pátria. Já vimos, mais de uma vez, o que aconteceu com o Brasil quando salvadores da pátria foram eleitos. Acredito que a população brasileira está suficientemente madura para evitar a repetição desse erro.